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E ASSIM SE INAUGURA UM NOVO ESPAÇO NESTA HUMILDE CASA, UM SOFÁ DEDICADO A PESSOAS QUE PELAS SUAS RAZÕES ME MARCARAM E CONTINUAM A MARCAR. NÃO SÃO PESSOAS NORMAIS, SÃO PESSOAS ESPECIAIS, DIFERENTES, COM PÓZINHOS DE MAGIA PARA FAZER SORRIR. VENHAM DAÍ, SENTEM-SE NOS PUFFS, NA CAMA E PELO CHÃO, TENHAM SÓ CUIDADO COM O GATO E SINTAM-SE EM CASA, QUE EU JÁ SIRVO AS BEBIDAS!
Quem me conhece bem sabe que é difícil eu cair de amores por alguém, sou dificilmente impressionável pelas coisas barulhentas que normalmente impressionam toda a gente, mas apaixono-me facilmente por pequenos detalhes, pequenas e belas coisas fora do sítio que escapam à maioria das pessoas. É por isso que quis que fosse a menina que me conseguiu roubar o coração (sempre tão aéreo e cheio de hélio), a primeira a sentar-se neste sofá. ...pegou num banquinho maior que ela, descalçou os sapatinhos de pele de pêssego rosa para que marca alguma pudesse estragar o lacado branco da mobília que o seu avô teria retocado à dias. Subiu ,tirou do bolso a chave bordada a motivos barrocos juntamente com os restinhos da prata vermelha do salame de chocolate e chegou à fechadura da porta, não via a hora de desfazer aquela curiosidade de entrar naquele quarto fechado, perdeu nos 10 dedos(os mesmos que aprendeu a contar à dias) as tantas vezes tinha espreitado por aquela fechadura de onde saía uma aragem, que lhe levava as lágrimas a passear pelos olhos... "finalmente!" A pequena Violeta tinha esperado precisamente 3 horas, 23 minutos e 36 segundos e meio que a avó saísse para ir ao supermercado* comprar chocolate (este plano já teria sido idealizado uns dias antes, naquele dia sabia que a avó ia fazer o tão cobiçado bolo de chocolate para as visitas, então escondeu preciosamente as duas tabletes de chocolate armazenadas na dispensa). O avô dormitava debaixo do jornal onde as letras aborrecidas abanavam ao ritmo da respiração (meia atrapalhada pela placa que parecia querer fugir-lhe da boca), não havia qualquer perigo de ficar de castigo até ser grande... ainda ia ficar uns minutos sozinha. Deu duas voltas forçadas à chave e já se julgava forte e crescida, a porta abriu-se ao mínimo esforço. Apertou as pálpebras com toda a força que restava desde a abertura da porta e abriu os olhos... um de cada vez, a medo do que a esperava... "ena!" (afastou a madeixa de cabelo com um gesto que tinha roubado dos filmes com legendas) nunca antes se tinha sentido uma princesa a sério, até aquele momento,os livros formavam verdadeiros castelos de papel envelhecido. Descolou um pedaço de papel de parede retocado com camadas e camadas de tinta que ainda assim sujariam a textura das flores e sobre uma mesa manca de estilo vitoriano olhou o descanso de um aparelho que lembrava uma tulipa gigante "mas para quê que isto serve?" deu duas voltas, somente com os olhos, que pareciam querer absorver todas aquelas imagens que tinham tanto de novas quanto de velhas. Dois grãos de pó fizeram soltar um espirro cheio de vontade, despertando a tulipa gigante numa bonita melodia... "pós mágicos!""Ò Pompeu** sinceramente... não sei como consegues dar cabo de duas barras de chiculate em mei dúzia de dias..!"a avó tinha acabado de chegar, pior, tinha despertado o avô, era hora de tornar a fechar a porta e voltar fingir a sesta...mas desta vez ia sonhar com todos os outros pequenos tesouros mágicos que ainda estavam por descobrir naquele pequeno quarto. *( eu bem sei que mercearia seria bem mais retro, mas a realidade é que a vida hoje está muito cara para continuar a frequentar esses sítios tipicamente portugueses, isto já nem nas histórias se pode facilitar) **( Pompeu, porque era o nome do meu avô, e porque foi uma das pessoas com mais magia que conheci) (sei que não era suposto, mas também não saberia escrever sobre ti, ou sobre nós, nada de jeito, nem sobre aquilo que me fazes sentir e de todas as coisas pequenas a que dás tanto valor. Sinto-me sempre assim pequenina ao pé de ti! um beijo que por agora ficará só por aqui).As Músicas(Não deveria ter sido eu a escolher as músicas, mas pronto, por nenhum motivo especialmente especial, escolhi estas duas músicas que um dia me calharam no aleatório e que me seguíram a casa depois de ter estado com ela, não sei bem porquê, mas lembro-me bem desta sequência em particular, no meio de tantas outras)Pois é, gosto mesmo do som deste Sun Kil Moon ( Mark Kozelek) e último, últissimo April não é excepção. Mas que guitarra divinal, era capaz de adormecer todos os dias ao som desta música. The ancient streets so crowded and narrow The winding stairs climb up, up high The air tonight hangs sour and heavy I'm dying up here love, lie with me lie
The view electrical and sprawling The city lights move out and on and on Out there in the halo of the skyline My guardian angel looks down upon me
Fall tonight sweet Paris Rain Shower me in her warm kisses
A burning star over long lost highways My fallen love died so young And all the gifts you gave I have them And all your love I'm still holding onto
She rides the halo of the skyline My fallen sister died so young Our last goodbye I wanted to be there To bathe the loss from your fading eyes
Close these sweeping long gray curtains The dizzying spiraling heights
Soft light pours into the room Fingers glide over my face A voice speaks, a figure moves How could I walk these old dim halls again How could I leave this room all alone
When she comes by every morning Brings back pink and pale blue orchids When she comes by every afternoon Piano music weeps quietly As May melts into June When she comes by every evening Lays down beside me softly breathing
Os Vetiver têm um som que varia entre o cházinho de limão e o caldo verde com chouriça, ou seja, gosto bastante desta banda de folk americana que volta e meia recebe uma ajudinha do grande cromo que é o Devendra Banhart! (Óps e agora tenho que ir dar de comer ao Zé que já está na fase de mandar ao chão tudo o que tenho na secretária) Maria please don't leave me Now I need ya I'ma wanted There's nowhere I can go My up's turned down My luck's spun round and left me No I didn't see it comin But oh I'ma watchin it go So I chose the company of those Who don't need protection Took a new name, Mostly to fool my friends Swore off the days When I had to count on others Cause courtin the knife means Countin your days to the end
I made enemies of those Who might defend me Partnered with men Liable to do me in Snake in my way, Past deals will make you wonder What kind of heaven Are these killers dying to win Did I lose my way Or did I just play The cards the way The dealer gave em to me I try not to regret The things that I've done yet I know no pardon pity for the guilty
Some games you play well Well you lose Sometimes you're dealt You don't get to choose Some guns get drawn But you don't need to use them Some tried that Before their troubles begin Oh but I oh but I I've seen the handle I had the women And the law(lord?) by my side I climbed so high The sky dropped down to teach me How to lay low and Keep my ear to the ground
I'll get caught one day Least that's what they say Repayins are but a killers way of trying Dont' ask me to confess My peace will come on rest Confessin's just An honest way of lying My blues are tangled and are cursed with the fear of knowing No allibis or ties Left to keep me going
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A abertura tímida das nuvens permitiu o longo passeio pelo sítio que continua o mesmo mas onde se vão sempre descobrindo novos sítios, pormenores, cheiros e cores. É impossível ficar indiferente ao romantismo sombrio do Porto, aquela luz prateada reflectida sobre o rio (ironicamente chamado de ouro) é uma coisa que entra em nós e que se agarra bem lá dentro. Ali, naquele alpendre de metal envelhecido sobre o rio Douro, com o rio a passar mesmo por debaixo dos nossos pés, a arrastar os seus tão característicos peixes e lixo, tudo o que há dois dias nos entristecia deixou de fazer sentido, mesmo sob o olhar do paparazzi mais desastrado do mundo (que até saltava muros em vez de passar a pé pelas enormes portadas), ou do casal infantil que queria era que nós saíssemos de lá para poderem tirar fotos para os ai faibes. Não acredito no passado e não sei bem o que é isso do futuro, não faço a mínima ideia o que é que quero ao certo da minha vida, só sei que te quero ao meu lado, de preferência numa casa sem tecto com vista para o rio, uma que não tenha as janelas tapadas com tijolos e com uma cor mais amarelada que cor-de-rosa. Se isso for pedir demais, quero-te só a ti... Hum... Ou a casa cor-de-rosa... Não sei, teria que pensar bem. (Língua de fora e sorriso de pessoa louca que decorou três bíblias de religiões diferentes para as poder baralhar todas para interromper um abraço que poderia ter durado para sempre, seja lá o que isso for). As MúsicasE lá diz o ditado que da Suécia só vêm bons ventos e bons casamentos, ou serão boas músicas? (vá lá, não sejam maus para mim, esta é para ganhar o concurso de pior trocadilho/apontamento humorístico de sempre num blog). Li Lykke Timotej Zachrisson, ou apenas Lykke Li (ao ver estes nomes penso sempre na estranheza que os estrangeiros devem achar do meu nome: João Teixeira, ou como dizia o meu prof de Inglês que era mesmo inglês, qual retardado mental: Jú á ú tixi ra), então a Lykke Li é uma Sueca que lançou à pouco tempo o seu primeiríssimo álbum fora da Suécia, o Youth Novels que já anda a fazer estragos no minha mobília. (Esta música é dedicada a quem sabe muito bem quem é. Da próxima vez que eu te chatear diz só: "Schhhhh! Dança, dança, dança!") Having trouble telling how I feel But I can dance, dance and dance Couldn't possibly tell you how I mean But I can dance, dance, dance So when I trip on my feet Look at the beat The words are, written in the sand When I'm shaking my hips Look for the swing The words are, written in the air
Dance I was a dancer all along Dance, dance, dance Words can never make up for what you do
Easy conversations, there's no such thing No I'm shy, shy, shy My hips they lie 'cause in reality I'm shy, shy, shy But when I trip on my feet Look at the ground The words are, written in the dust When I'm shaking my hips Look for the swing The words are written in the air
Dance I was a dancer all along Dance, dance, dance Words can never make up for what you do Dance, dance, dance
Ok, antes de mais nada, esta música faz-me rir. Não é só sorrir, é mesmo rir às gargalhadas com o som da flauta que me parece tão infantil quanto a menina que anda a aprender a tocar flauta e que insiste em mostrar os seus "dotes" musicais a toda a gente que habite nesta rua. Apesar do nome espanhol, a banda é suéca e já tem alguns albunszitos, mas eu só reparei neles à conta desta flauta do último From The Valley To The Stars do corrente ano de 2008. Look at the clouds today They shook and form new shapes
Glory, glory, glory to the world
Look at the flowers today They make a greazy place
Glory, glory, glory to the world
-------------------------------------------- cortar por aqui -------------------------------------------- Desculpa por ter saido logo da tua festa, Ana! Ah, e por ter estado meio de trombas. Hum... Ah, e por ter mais ou menos insultado alguns dos teus amigos, não era a minha intenção, só queria insultar um deles. Se fosse a ti deixava de me convidar para essas coisas. (Lábios em S rodado 90º com uma sobrancelha ligeiramente mais baixa que a outra).
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Ele era um menino que tinha medo do mundo. Para ele o mundo não era apenas uma bola azul onde senhores de batas brancas julgavam conseguir explicar tudo, armados com microscópios e telescópios. Não, para ele o mundo era muito mais que isso. Eram as árvores que não existiam só para gerar oxigénio, mas também para assustar com os seus ramos grandes e sombrios a agitar com o vento, eram as nuvens que não serviam só para equilibrar o ecossistema com a chuva, mas também para assustar com os seus raios e trovões, mas era sobretudo o mundo obscuro que se nascia debaixo da cama, escondendo um sem número de monstros malévolos invisíveis aos olhos dos adultos. O menino gostava de sonhar, gostava daquele mundo mágico onde tudo parecia correr bem, onde não haviam preocupações, nem dor, nem mágoa, apenas todas aquelas coisas que o faziam sentir bem, tão bem que ele pensava que nada o faria sentir melhor no mundo verdadeiro do que naquele mundo sonhado pela sua imaginação. Mas com todos os sonhos era sempre a mesma coisa, a meio da noite era acordado por algo, por alguma coisa, pelo monstro que se escondia debaixo da sua cama e que ameaçava sair cá para fora para o devorar, e a única forma de ele esquecer a esse medo era voltando a adormecer. Mas custava-lhe sempre tanto a adormecer, que até já tinha desenvolvido várias técnicas para acelerar o lento procedimento, especialmente quando estava a correr contra o tempo, com o stresse do monstro. Uma noite, nessa mesma noite que vos relato, enquanto contava até 10 (começando em 0,000001) escondido debaixo dos lençóis, a tremer, inexplicavelmente parou a contagem em 0,003346 e pesou para si próprio: “Se calhar ele tem tanto medo de mim como eu dele”. E foi então que ele saltou para o chão, levantou o cobertor com a mão a tremer e espreitou para debaixo da cama. Com o coração a bater forte, cada vez mais forte, quase desmaiou ao ver, em vez do monstro, uma menina com o mais belo sorriso do mundo a dizer-lhe com a maior das naturalidades: “Olá! Já reparaste que as nuvens de vez em quando têm umas anteninhas a sair delas?” Eu não sou perfeito. Eu sei, dizem que ninguém é, mas eu estou a falar agora por mim, e só posso falar por mim quando digo que não sou perfeito. Claro que há situações que realçam as nossas imperfeições, como por exemplo o não dormir, ou o stresse de acabar um trabalho, e tantas outras coisas. Mas as imperfeições estão sempre lá, apenas são realçadas sob estas determinadas situações.
Sei que nos últimos dias tenho sido estúpido para algumas pessoas, mas que me perdoem todas as outras, só vou pedir desculpa a uma delas, porque só o sorriso dela é que me mexe e me acorda de noite para me lembrar que há coisas melhores que sonhos.A MúsicaLá pelo meio dos anos 80, o Kenny Rogers e a Dolly Parton, então uns miúdos, decidiram pedir aos Bee Gees para fazer uma música para cantarem em dueto (não se assustem com a sucessão de nomes... hum... assustadores). Mais de 20 anos depois, os compatriotas canadianos Constantines e a Feist decidiram fazer uma cover da música, ou reinvenção da música, segundo o YouTube. O resultado é algo que me deixa sem palavras. Baby, when I met you there was peace unknown; I set out to get you with a fine-tooth comb; I was soft inside; There was something going on.
You do something to me that I can't explain; Hold me closer and I feel no pain, Every beat of my heart; We’ve got something going on.
Tender love is blind; it requires a dedication; All this love we feel needs no conversation; We can ride it together, uh-uh, Making love with each other, uh-uh.
Islands in the stream – that is what we are, No one in-between; how can we be wrong? Sail away with me to another world, And we rely on each other, uh-uh, From one lover to another, uh-uh.
I can't live without you if the love was gone; Everything is nothing if you’ve got no one, And you did walk in the night, Slowly losing sight of the real thing.
But that won't happen to us, and we’ve got no doubt; Too deep in love and we’ve got no way out, And the message is clear: This could be the year for the real thing.
No more will you cry, baby, I will hurt you never; We start and end as one, in love forever; We can ride it together, uh-uh, Making love with each other, uh-uh.
Islands in the stream – that is what we are, No one in-between; how can we be wrong? Sail away with me to another world, And we rely on each other, uh-uh, From one lover to another, uh-uh.
Sail away.
Oh, come sail away with me.
Islands in the stream – that is what we are, No one in-between; how can we be wrong? Sail away with me to another world, And we rely on each other, uh-uh, From one lover to another, uh-uh.
Islands in the stream – that is what we are, No one in-between; how can we be wrong? Sail away with me to another world, And we rely on each other, uh-uh, From one lover to another, uh-uh.
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É difícil imaginar um lugar tão comum a tanta gente como o 3D (3º Direito da Carlos Seixas, junto ao Arco). Por aqui já terão passado centenas de pessoas em algumas dezenas de festas, em algumas milhares de recordações que haverão de encher o ar de nostalgia nos jantares de reunião dos antigos habitantes e amigos que haverão de existir. Aqui confrontamos os vizinhos (o vizinho de cima com a sua colecção de t-shirts de Benidorm ou a vizinha de baixo que não pára de chatear a cabeça ao filho), bebemos litros de bebidas comuns ou bebidas inventadas à falta de ingredientes (o Bagamel terá sido a melhor = bagaço + mel), fizemos festas temáticas (a clássica festa de Bonga com decoração à altura), ou festas improvisadas (no andar de baixo da garagem, no fim dos jantares), os pequenos-almoços reforçados ao voltar da queima (ou almoços cozinhados às 9 da manhã, quando já não havia Caldo Verde no Alentejano), aqui fomos vendo o lixo acumular até pontos ridículos em que alguém (cóf cóf) tinha que se impor e gritar: “Assim não dá para viver aqui!”, e as longas limpezas à casa em que se vira tudo às avessas e até a televisão fica com a imagem mais brilhante, retirada a camada de sujidade do ecrã. Aqui fomos falando das relações uns dos outros como se fossem as melhores e as piores coisas do mundo (à margem das calamidades no extremo asiático), fomos cuscando a vida dos outros e a nossa própria, fomos tentando reconciliar relações falhadas e criar novas, fomos falando mal dos professores, estudando em grupo na mesa grande da cozinha, sentados nas cadeiras do Itália, fazendo pausas aqui e ali para estudar. Fomos tornando carros descapotáveis na garagem e fazendo deste o ponto oficial e tradicional da partida do carro da latada. Fomos aprendendo a cozinhar, por entre comidas extremamente salgadas, ou extremamente picantes, fomos aprendendo a lavar a louça à mão, organizando-nos muito desorganizadamente em turnos informais para levar o lixo e para ir ao ecoponto (especialmente as clássicas idas ao vidrão, fazendo jus ao estereotipo do estudante de Coimbra). Fomos aprendendo a ver as contas acumular e a resmungar com o gajo que liga o chuveiro e vai ler blogues enquanto espera que a água aqueça. E fomos vivendo tantas, mas tantas outras coisas que a minha memória já armazenou em caixotes para levar para o sótão. Enfim, fomos aprendendo a crescer, a viver. Não é fácil dizer adeus. (A propósito de mais um episódio à 3D em que ficamos presos dentro de casa à conta do descuido de alguém a arrancar a maçaneta da porta (cóf cóf). Se calhar foi este pequeno pedaço de cimento suspenso no ar a ganhar vida e a querer ficar connosco para todo sempre. Medo!) As MúsicasComo se não bastasse os londrinos Hot Chip fazerem grandes músicas a solo (o mais recente Made in the Dark é um grande exemplo disso), ainda sobra um grande talento para fazerem remisturas, como esta In The Morning dos canadianos Junior Boys prova. Não desistam do início apimbalhado, faz parte de todas as remisturas, vá-se lá saber porquê. Too young Oh, too young
Girl, the night's not over, We're not getting older They can't chase forever.
Cos in the morning There's a million years to choose from. You don't care Just take one. Leave a place to rest on.
Because you're too young Oh, you're too young Oh, too young
There goes another morning Just wrap it up We own it This night's so scared we own it And in the morning Why'd you tell me That it's over? You think you'd do better To stick with someone older.
Because I'm too young Too young
Oh yeah, we're too young (In the Morning) Too young
------------------------------------------ (cortar por aqui) ------------------------------------------ Esta última semana não deu para parar um bocadinho, sempre a correr de lado para lado para lugares exóticos para conhecer pessoas estranhas, ou apenas extravagantes, desde o senhor que não quer um site, apenas um letreiro, ao homem que vive numa casa moderna isolada no meio do nada, ou a rapariga brasileira que fala com sotaque de emigrante francês ou a histérica que acha piada a tudo o que eu faço, como se eu fosse um palhaço que faz o truque da flor que esguicha água uma e outra e outra vez, ou até mesmo a rapariga que adormece de aborrecimento quando está comigo. Depois do frenesim do ano passado de bandas com inspiração de música cigana e báltica, os DeVotchKa, apesar de andarem nisto desde 97, foram dos que mais se realçaram pela qualidade e originalidade das músicas. Estão de regresso em 2008 com A Mad & Faithful Telling onde se esconde esta pérola. Influências de Arcade Fire e Beirut? É mais ao contrário, mas são todos amigos. You better mean what you say. Why don't you say what you mean? I never get anywhere, I get the space in-between. Beautifully mutilated, Insanely antiquated, I will admit I almost always underestimate it
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Era uma vez dois meninos que não queriam crescer. Não se sabe ao certo em que tempo é que existiram nem o local exacto onde se encontravam, apenas se sabe que era um local provavelmente imaginado que os mais velhos relatam como sendo um jardim isolado perdido algures no meio da cidade. Tempos haviam em que os meninos se encontravam todas as sextas-feiras à tarde, sempre com as mãos afastadas, tão afastadas quanto possível (à conta do medo que sentiam um do outro) e trocavam os seus sonhos imaginados, como os outros meninos trocavam berlindes. Eram tardes mágicas, tão perdidas no seu tempo quanto o seu tempo era perdido em si próprio, em que eles falavam, imaginavam, questionavam e fingiam que aquele tempo irreal iria durar para sempre. (...) Era uma quarta-feira, lembro-me bem porque ainda não se passou mais nenhuma desde então. O sol estava tímido, a chuva extrovertida, e debaixo de um tão característico guarda-chuva transparente, ela queixava-se, como sempre (e com razão), que eu não estava no sítio onde disse que estava, estava um bocadinho mais ao lado. Os casais de turistas de meia idade ingleses e os locais que passeavam os cães com nomes pomposos estranharam a forma como os dois estranhos se relacionaram, parecia que já se tinham visto em qualquer lado, talvez se tivessem conhecido numa outra vida. (...) Sentaram-se na esplanada do café tão igual a todos os outros daquela cidade envelhecida pelo passar dos séculos, para grande euforia dos turistas armados com câmaras fotográficas que não hesitavam em disparar sobre postais tão banais. Ao lado deles, duas crianças lanchavam um chá gelado e umas sandes mistas que seguravam com as duas mãos enquanto mastigavam com as bocas abertas e os pés a badalar, suspensos nas cadeiras. O menino era gordo e mal cabia na camisa apertada, às riscas, como convinha à sua mãe, e sem calças de ganga, como lhe convinha. A menina parecia feita de porcelana, com a sua pele branca, chapéu e vestido espalhafatosos e pinturas roubadas à pressa à irmã, mesmo antes de sair de casa. Os dois foram observando as crianças, ouvindo a sua conversa, rindo com os seus comentários, engasgando-se com a dislexia parcial que nasce de algumas palavras e coçando na cabeça com cada pausa para puxar pela manivela da memória. Eram felizes as crianças que pensavam que o tempo não existia, e os adultos, que já se habituaram ao facto de que o tempo é efémero, também eram felizes nas suas novas vidas, nos seus novos locais, nos seus novos abrigos, nos seus novos amigos, nos seus novos amores. Alguém com sotaque francês perguntou se se podiam sentar na mesa ao lado. Os dois olharam para lá e ficaram surpreendidos ao não ver os miúdos que ainda lá estavam há dois segundos atrás. Levantaram-se apressados para os procurar e logo foram seguidos pelo empregado de avental que gritava com todas as suas forças: “Hei! Não pagaram os ice teas e as mistas!”. (a propósito do encontro com a Rute, e do reencontro com a Rutinha)As MúsicasA nossa Mafalda está de volta, finalmente, com um novo álbum de originais! E se a primeira reacção foi "mais do mesmo", a verdade é que com cada audição vou gostando um bocadinho mais deste Chão que tem algumas agradáveis surpresas e alterações à clássica fórmula Guitarra + Voz, como é o caso desta belíssima Pressinto. Eu moro ao lado Da tua casa Dos lugares que são teus Da tua rua
Eu moro perto Das tuas histórias Das montanhas e desertos Que te deixam a alma rasa e nua
Eu adivinho no teu semblante A cor que têm as noites Que te inundam
É que eu pressinto Que vens de tão longe Que é teu o lugar Onde as estrelas, no fim, Se afundam.
No teu olhar Eu adivinho A luz que esconde o cansaço No avesso do luar
Eu moro dentro Do teu caminho Dentro onde o sangue rebenta Com a mesma força do mar
Eu sei as marcas na tua pele Da vida inteira Que tu não sabes
É que eu pressinto Que vens de tão longe Que é teu o lugar para onde A maré vaza leva a saudade
Eu guardo o tempo Que deixas assim Esquecido nas minhas mãos vazias Se abraçasses a noite Saberias de mim
Os Sleater-Kinney foram/são uma banda Americana com um indie rock característico da costa leste, de cujo sétimo e último álbum, The Woods, que marcou uma ruptura no som dos seus trabalhos anteriores, vou retirar esta única e supé-original Modern Girl com uma escalada Led Zeppeliniana de balada a rock. (Reparem no pequeno pormenor da distorção do som no final, como quem diz: "estou tão feliz que a música não chega para exprimir o que sinto"!) My baby loves me, I'm so happy Happy makes me a modern girl Took my money and bought a TV TV brings me closer to the world
My whole life Looked like a picture of a sunny day My whole life Was like a picture of a sunny day
My baby loves me, I'm so hungry Hunger makes me a modern girl Took my money and bought a donut The hole's the size of this entire world
My whole life Was like a picture of a sunny day My whole life Looked like a picture of a sunny day
My baby loves me, I'm so angry Anger makes me a modern girl Took my money, I couldn't buy nothin' I'm sick of this brave new world
My whole life Was like a picture of a sunny day My whole life Looked like a picture of a sunny day My whole life Was like a picture of a sunny day My whole life Was like a picture of a sunny day
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Não pensei, porque não tinha essa noção, que a ausência da Marta se fosse sentir assim tanto na minha vida. Nestas coisas tenho que admitir que sou um bocado como a maioria das pessoas, só percebo o quanto preciso delas quando já não as tenho. E foi assim que me vi, após três noites de ressaca e uma quase directa em que tive de fazer duzentos quilómetros só para poder estar com uma menina mascarada de estudante universitária, foi assim que me vi a passar o meu tempo a ver filmes de terror dos anos 80 e até, pasmem-se, a comer pipocas (logo eu que não as suporto). Depois ainda me deparo com a minha namorada que me "convida" para almoçar que mas está tão ressacada que nem consegue abrir os olhos, a minha família esquece-se que eu existo porque não estão habituadas a ver-me em casa à semana, os meus amigos telefonam-me a pedir dinheiro, uma rapariga com uma paixão psicopata de adolescente por mim não pára de me chatear, os pneus do meu carro estão a caminho da velhice e a porta teima em não fechar, o meu gato anda convencido que é um Pitbull Terrier e vou ter que fazer mais de setecentos quilómetros num dia para estar com a Rutinha. E o mais estranho é que, tal como num filme de terror de série B, em vez de ficar assustado, só me dá para rir! A MúsicaO que é que faz um rapazinho inglês branco a cantar soul que parece saída dos anos 70? Nem tudo tem que fazer sentido, mas este Jim do Jamie Lidell até faz mais sentido do que aparenta, apesar de fugir a todos os rótulos estereotipados. Another day, another way For me to open up to you
Another day, another way For me to open up to you
I used to worry I would wake up one day I need to find With nothing more to say
Now I'm letting silence Do the talking Now I'm letting silence Do the walking
Searching for Another day, another way For me to open up to you
Another day, another way For me to open up to you
I used to scream When a whisper would do All I wanted to know was All over you
Now I'm letting silence Do the talking Now I'm letting silence Do the walking
Searching for Another day, another way For me to open up to you
Another day, another way For me to open up to you
That's why I'm searching for Another day, another way For me to open up to you
Another day, another way For me to open up to you
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No outro dia quando cheguei a casa cheirou-me a Verão. Vieram-me à memória os Verões passados e imaginei o Verão que está para vir. Comecei a sorrir como um adolescente apaixonado ao pensar nela, no verão que passamos a conhecermo-nos um bocadinho mais, na amizade que se vai construindo por entre beijos roubados ao nariz e de como não a quero largar mais quando a tenho nos braços. Talvez isto seja uma barbaridade se de dizer, talvez seja vulgar e foleiro e talvez seja até anti-poético e anti-social admiti-lo tão descaradamente, mas apaixonei-me por uma rapariga com um palmo a menos que eu em altura e dois palmos a mais que eu de personalidade. Não sei que tempo vai fazer amanhã, mas se o sol não brilhar, ao menos brilhas tu! Amo-te, Joana!(Sabes que não gosto de banalizar os sentimentos, correndo o risco de eles se tornarem como a violência nos telejornais onde é vulgar vermos corpos de crianças em casas bombardeadas enquanto comemos alegremente o nosso jantar, mas também não posso guardar essas palavras como a minha avó guarda as toalhas de mesa "boas" há mais de quarenta anos, correndo o risco delas passarem de moda.) A MúsicaOh, tenho mesmo que cumprir esta formalidade? Os American Music Club são uma banda de São Francisco liderada pelo Mark Eitzel que é basicamente o gajo que faz o trabalho todo desde 1985! Eu por mim só os conheci agora em 2008 com o mais recente The Golden Age. I Wish that we were allways high I Wish that we could swim in the sky If we believe that we wont fall We'll leave our lives and rise above it all You never love when you never trust It's hard to love when all you embrace is dust I'll be the match that holds your fire I'll be the nose that sings from your wire
If I can give you all my love
The breath that takes you from the deep blue to the shore Oh waves that olds you, that's allways searching for It blasts for a blink and it's everything Makes all the guns and the clowns so disappointing
If I can give you all my love All my love All my love
The light we use when we get lost The light we choose, never mind the cost It's what we hope to see in each others eyes It's what we hope to feel on our highest hights
If I can give you all my love All my love All my love
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