Violeta, Porque Gosto Do Nome
E ASSIM SE INAUGURA UM NOVO ESPAÇO NESTA HUMILDE CASA, UM SOFÁ DEDICADO A PESSOAS QUE PELAS SUAS RAZÕES ME MARCARAM E CONTINUAM A MARCAR. NÃO SÃO PESSOAS NORMAIS, SÃO PESSOAS ESPECIAIS, DIFERENTES, COM PÓZINHOS DE MAGIA PARA FAZER SORRIR. VENHAM DAÍ, SENTEM-SE NOS PUFFS, NA CAMA E PELO CHÃO, TENHAM SÓ CUIDADO COM O GATO E SINTAM-SE EM CASA, QUE EU JÁ SIRVO AS BEBIDAS!
Quem me conhece bem sabe que é difícil eu cair de amores por alguém, sou dificilmente impressionável pelas coisas barulhentas que normalmente impressionam toda a gente, mas apaixono-me facilmente por pequenos detalhes, pequenas e belas coisas fora do sítio que escapam à maioria das pessoas. É por isso que quis que fosse a menina que me conseguiu roubar o coração (sempre tão aéreo e cheio de hélio), a primeira a sentar-se neste sofá.
Quem me conhece bem sabe que é difícil eu cair de amores por alguém, sou dificilmente impressionável pelas coisas barulhentas que normalmente impressionam toda a gente, mas apaixono-me facilmente por pequenos detalhes, pequenas e belas coisas fora do sítio que escapam à maioria das pessoas. É por isso que quis que fosse a menina que me conseguiu roubar o coração (sempre tão aéreo e cheio de hélio), a primeira a sentar-se neste sofá.
...pegou num banquinho maior que ela, descalçou os sapatinhos de pele de pêssego rosa para que marca alguma pudesse estragar o lacado branco da mobília que o seu avô teria retocado à dias. Subiu ,tirou do bolso a chave bordada a motivos barrocos juntamente com os restinhos da prata vermelha do salame de chocolate e chegou à fechadura da porta, não via a hora de desfazer aquela curiosidade de entrar naquele quarto fechado, perdeu nos 10 dedos(os mesmos que aprendeu a contar à dias) as tantas vezes tinha espreitado por aquela fechadura de onde saía uma aragem, que lhe levava as lágrimas a passear pelos olhos...
"finalmente!"
A pequena Violeta tinha esperado precisamente 3 horas, 23 minutos e 36 segundos e meio que a avó saísse para ir ao supermercado* comprar chocolate (este plano já teria sido idealizado uns dias antes, naquele dia sabia que a avó ia fazer o tão cobiçado bolo de chocolate para as visitas, então escondeu preciosamente as duas tabletes de chocolate armazenadas na dispensa). O avô dormitava debaixo do jornal onde as letras aborrecidas abanavam ao ritmo da respiração (meia atrapalhada pela placa que parecia querer fugir-lhe da boca), não havia qualquer perigo de ficar de castigo até ser grande... ainda ia ficar uns minutos sozinha.
Deu duas voltas forçadas à chave e já se julgava forte e crescida, a porta abriu-se ao mínimo esforço.
Apertou as pálpebras com toda a força que restava desde a abertura da porta e abriu os olhos... um de cada vez, a medo do que a esperava...
"ena!" (afastou a madeixa de cabelo com um gesto que tinha roubado dos filmes com legendas) nunca antes se tinha sentido uma princesa a sério, até aquele momento,os livros formavam verdadeiros castelos de papel envelhecido. Descolou um pedaço de papel de parede retocado com camadas e camadas de tinta que ainda assim sujariam a textura das flores e sobre uma mesa manca de estilo vitoriano olhou o descanso de um aparelho que lembrava uma tulipa gigante
"mas para quê que isto serve?" deu duas voltas, somente com os olhos, que pareciam querer absorver todas aquelas imagens que tinham tanto de novas quanto de velhas. Dois grãos de pó fizeram soltar um espirro cheio de vontade, despertando a tulipa gigante numa bonita melodia...
"pós mágicos!"
"Ò Pompeu** sinceramente... não sei como consegues dar cabo de duas barras de chiculate em mei dúzia de dias..!"
a avó tinha acabado de chegar, pior, tinha despertado o avô, era hora de tornar a fechar a porta e voltar fingir a sesta...mas desta vez ia sonhar com todos os outros pequenos tesouros mágicos que ainda estavam por descobrir naquele pequeno quarto.
*( eu bem sei que mercearia seria bem mais retro, mas a realidade é que a vida hoje está muito cara para continuar a frequentar esses sítios tipicamente portugueses, isto já nem nas histórias se pode facilitar)
**(Pompeu, porque era o nome do meu avô, e porque foi uma das pessoas com mais magia que conheci)
(sei que não era suposto, mas também não saberia escrever sobre ti, ou sobre nós, nada de jeito, nem sobre aquilo que me fazes sentir e de todas as coisas pequenas a que dás tanto valor. Sinto-me sempre assim pequenina ao pé de ti! um beijo que por agora ficará só por aqui).
As Músicas
(Não deveria ter sido eu a escolher as músicas, mas pronto, por nenhum motivo especialmente especial, escolhi estas duas músicas que um dia me calharam no aleatório e que me seguíram a casa depois de ter estado com ela, não sei bem porquê, mas lembro-me bem desta sequência em particular, no meio de tantas outras)
Pois é, gosto mesmo do som deste Sun Kil Moon (Mark Kozelek) e último, últissimo April não é excepção. Mas que guitarra divinal, era capaz de adormecer todos os dias ao som desta música.
The ancient streets so crowded and narrow
The winding stairs climb up, up high
The air tonight hangs sour and heavy
I'm dying up here love, lie with me lie
The view electrical and sprawling
The city lights move out and on and on
Out there in the halo of the skyline
My guardian angel looks down upon me
Fall tonight sweet Paris Rain
Shower me in her warm kisses
A burning star over long lost highways
My fallen love died so young
And all the gifts you gave I have them
And all your love I'm still holding onto
She rides the halo of the skyline
My fallen sister died so young
Our last goodbye I wanted to be there
To bathe the loss from your fading eyes
Close these sweeping long gray curtains
The dizzying spiraling heights
Soft light pours into the room
Fingers glide over my face
A voice speaks, a figure moves
How could I walk these old dim halls again
How could I leave this room all alone
When she comes by every morning
Brings back pink and pale blue orchids
When she comes by every afternoon
Piano music weeps quietly
As May melts into June
When she comes by every evening
Lays down beside me softly breathing
Os Vetiver têm um som que varia entre o cházinho de limão e o caldo verde com chouriça, ou seja, gosto bastante desta banda de folk americana que volta e meia recebe uma ajudinha do grande cromo que é o Devendra Banhart! (Óps e agora tenho que ir dar de comer ao Zé que já está na fase de mandar ao chão tudo o que tenho na secretária)
Maria please don't leave me
Now I need ya
I'ma wanted
There's nowhere I can go
My up's turned down
My luck's spun round and left me
No I didn't see it comin
But oh I'ma watchin it go
So I chose the company of those
Who don't need protection
Took a new name,
Mostly to fool my friends
Swore off the days
When I had to count on others
Cause courtin the knife means
Countin your days to the end
I made enemies of those
Who might defend me
Partnered with men
Liable to do me in
Snake in my way,
Past deals will make you wonder
What kind of heaven
Are these killers dying to win
Did I lose my way
Or did I just play
The cards the way
The dealer gave em to me
I try not to regret
The things that I've done yet
I know no pardon pity for the guilty
Some games you play well
Well you lose
Sometimes you're dealt
You don't get to choose
Some guns get drawn
But you don't need to use them
Some tried that
Before their troubles begin
Oh but I oh but I
I've seen the handle
I had the women
And the law(lord?) by my side
I climbed so high
The sky dropped down to teach me
How to lay low and
Keep my ear to the ground
I'll get caught one day
Least that's what they say
Repayins are but a killers way of trying
Dont' ask me to confess
My peace will come on rest
Confessin's just
An honest way of lying
My blues are tangled and are cursed with the fear of knowing
No allibis or ties
Left to keep me going
3 COMENTÁRIOS:
É engraçado comentar assim o meu blog como se fosse um visitante. É giro com x
Sou tão parvo que até me esqueci de te agradecer (smiley com os lábios trocados). Obrigado, Joana pelo teu texto que está assim qualquer coisa linda que faz sorrir e faz querer ser criança outra vez!
Obrigado por tudo, joaninha, e eu não me importo que comas 2 toneladas de torradas, desde que continues a ser assim, tão tu!
Beijos!!!!!!!
Que coisa mais bonita, estou encantada por ler a versão feminina do joãozinho
Acho-vos muito parecidos na forma de ver o mundo, e olha que isto é um grande elogio porque eu nunca conheci ninguém minimamente parecido àquela magia que o joão tem
Parabéns, joana, está lindíssimo e um beijo grande, apesar de ainda não nos conhecermos pessoalmente (->esta sou eu visivelmente chateada com o joão<-)
João:
eu não percebo muito bem o porquê desse "obrigado", eu nem te dei uma fatia do meu bolo(que mesmo tendo chocolate também não sabe a nada).
(sendo assim vemo-nos quando eu tiver mais 80quilos, para ver se isso vai ser bem assim).
Marta:
bem, foi uma supresa,não estava a espera que comentasses,ou melhor ainda, não estava a espera do conteúdo do comentário... mas isso perguntas ao João o porquê(se ele não continuar com o jeito peculiar de distorcer a realidade como está hoje)
Bem, na verdade tudo se deve a ele (que nem vai ser a primeira pessoa a ler isto nem nada) e estou a falar do facto de me influenciar e fazer ver tudo de outra forma mais bonita.
Um beijinho para vocês*
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