11 novembro, 2008

O Ar Na Minha Mão

Pausa.

Enquanto deixo os ouvidos deslumbrarem-se com som.

Pausa.

Enquanto saboreio os meus lábios.

Pausa.

Enquanto passo a mão pela barba desleixada.

Pausa.

Enquanto vejo o tecto e o reflexo colorido do movimento da música.

Pausa.

Enquanto cheiro o orvalho da noite.

Pausa.

Enquanto penso no sentido da vida.

Pausa.

Penso nos que vão.
Penso nos que estão.

Pausa.

Cidade.
Prédios altos.
Confusão.
Pessoas.
Poluição.
Campo.
Aldeia.
Árvores.
Verde.
Deserto.
Flores.
Cores.
Espírito.
Meditação.

Paz.

Interior.


Calma.

Pausa.

Um sentido para a vida.

Pausa.

Somos feitos de moléculas, moldados por cromossomas, milhões, triliões de pequenas entidades. Não somos um, somos a soma de várias partes. Pelo meio passa a anti-matéria e tudo o que é invisível.

Pausa.

Um sentido para a vida.

Pausa.

O ar fica preso na minha mão.

Pausa.

Logo existo.

Pausa.

Existo como o ar na minha mão.





A Música
Questionam-se muitas vezes sobre como seria o filho do casamento dos Radiohead com os Zero 7? Não precisam de se questionar muito mais, o resultado é este fabulástico Climbing Up The Walls reinterpretado pelo duo de electrónica. Perfeito para escreverem filosofias baratas sobre a vida.


3 COMENTÁRIOS:

Anonymous Anónimo disse...

sabes, apercebo-me disso todos os dias,não somos muito mais que um objecto ao qual foi atribuída a capacidade de ver e perceber que ao menor problema não somos muito maiores que um grão de areia.Sinto-me assim sempre, impotente e nem preciso dizer mais nada.
beijo*

11/11/08 23:20  
Blogger micose disse...

esta musica é linda :)

11/12/08 21:17  
Blogger João Esquimó disse...

A original já é linda, mas esta está mesmo bem feita!

Espero que esteja tudo bem contigo

Beijos!!

16/12/08 01:19  

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