|
|
|
|
| | | |
|
Dia de sol escondido nas montanhas de nuvens, ideal para carregar o “Esperto ParaQuatro” de secretárias de vidro e frágeis candeeiros de metal que obrigam a chegar os bancos em demasia para a frente, como se estivéssemos a tentar andar num daqueles triciclos para crianças de 2 anos. (ok, nada de piadinhas sobre o facto do meu carro parecer um triciclo para crianças de 2 anos, até porque tem quatro rodas...). O resto é clássico, vidros abertos e música bem alta nas colunas, quais indivíduos praticantes do street racing (não confundir com os adeptos do tuning, apesar de estes também terem muito mau gosto tanto em termos visuais como musicais). Depois de correrias com a calculadora na mão para não ultrapassarmos o orçamento magrito que parece que já se anda a alimentar mal de arroz, acabamos com um novo posto de trabalho sem desenhos personalizados, mas com muita personalidade... vá, alguma personalidade, falta ainda o tapete verde com elefantes que irá ser comprado numa praia aquando do avistamento de um marroquino com ventoinhas e tapetes às costas (e por falar nessas criaturas, que é feito delas? Terão os chineses arruinado tão nobre e antiga profissão?) e um sofá de pele sintética imitação de pele de tigre da Birmânia que irá ser adquirido aquando dos saldos loucos de verão da Feira Dos Sofás. (Se não tivesse vendido a máquina, mostrava-vos o atelier, como a vendi e como detesto máquinas embutidas em telemóveis (por muito boas que sejam), não vos posso mostrar.) As Músicas"Que é isto?", " The Duke Spirit", "É fixe!". Normalmente quando alguém pergunta o nome da banda que está a tocar é bom sinal, ou então muito mau sinal: "Que é isto???", " Emanuel feat. Ágata", "Muda isso, é muito mau!!!". Estando eu mais habituado à segunda por parte dos meus amigos com gostos comerciais, foi com agrado que lhes apresentei os ingleses The Duke Spirit, com o seu mais recente Neptune. Ten english pounds and these hot pavement fields, As though I'm moving to the end, am I moving to the end of your loving?
How, how did I do this? Me, I put the wall around my heart Why didn't I notice such cold detachment from the start? Oh, the joys they slammed down and the one in this town was bright enough
Without joy, joy, joy in the rain I could feel forever the same Without joy, joy, joy in the rain I could feel forever the same
So how, how did I do this? Oh, me I put that box around my heart Why couldn't I notice such a cool detach from the start? Oh, the joys they slammed down from the one in this town is bright enough
Without joy, joy, joy in the rain I could feel forever the same Without joy, joy, joy in the rain, yea I could feel forever the same
Without joy, joy, joy in the rain I could feel forever the same Without joy, joy, joy in the rain, yea I could feel forever the same Without joy, joy, joy in the rain, oh I could feel forever the same Without joy, joy, joy in the rain I could feel forever the same
 Ainda é cedo, bem sei, para dizer coisas do género: "Melhor Álbum de 2008" e esperemos que ainda saia algo melhor que este Midnight Boom dos transcontinentais The Kills (guitarrista inglês + vocalista americana), mas para já tenho que admitir que este terceiro filho deles é que mais me anda a fazer abanar a cabeça (e o Sol), apesar da óbvia colagem da vocalista à Karen O dos YYY. You've got to You've got to You've got to You've got to
Tape ain't gonna fix it Honey, it ain't gonna stick Tape ain't gonna fix it Honey, it ain't gonna stick to you
Six kinds of glue Won't hold you Won't hold you Oh my oh, oh my You've got to
You've got to go straight ahead You've got to, you've got to go straight ahead
Time ain't gonna cure you Honey, time don't give a shit. Time ain't gonna cure you Honey, time's just gonna hit on you I said time ain't gonna cure you Honey, time don't give a shit Time ain't gonna cure you Honey, time's just gonna hit on you
You've got to go straight ahead You've got to, you've got to to go straight ahead
Time ain't gonna cure you Honey, time don't give a shit. Time ain't gonna cure you Honey, time's just gonna hit on you I said, six kinds of blue Won't hold you, won't hold you Oh my oh, oh my you've got to You've got to, you've got to
You've got to go straight ahead You've got to, you've got to go straight ahead
 Descobri recentemente esta pequena relíquia do EP de estreia dos Yeah Yeah Yeahs, a tal banda com a vocalista maior que ela própria, Karen O, a raínha do super-trashy-sexy! E de repente Nova York voltou a fazer sentido nos anos 00. Bang, Bang, Bang. The bigger, the better. Bang, Bang, Bang. The bigger, the better. Bang, Bang, Bang. The bigger, the better. Bang, Bang, Bang. The bigger, the better.
You ain't no baby no more, baby. You ain't no bigger than before, baby. I'll rub that cheek right off your lips, baby. So take a swallow as I spit, baby.
As a fuck, son, you suck. As a fuck, son, you suck. As a fuck, son, you suck. As a fuck, son, you suck. As a fuck, son, you suck. As a fuck, son, you suck. As a fuck, son, you suck. As a fuck, son, you suck.
My skin tonight is a blazin'. But I don't think ya my type. What I need tonight's the real thing, yeah. I need the real thing tonight.
As a fuck, son, you suck. As a fuck, son, you suck. As a fuck, son, you suck. As a fuck, son, you suck. As a fuck, son, you suck. As a fuck, son, you suck. As a fuck, son, you suck. As a fuck, son, you suck.
Hey, the bigger, the better. Bang bang bang, the bigger, the better. Yeah yeah yeah, uh uh uh come on. Yeah yeah yeah.
What I need tonight's the real thing, yeah. I need the real thing tonight, yeah yeah yeah. Yeah yeah yeah uh uh uh come on now. Yeah yeah.
|
|
|
| | | |
|
O trinco da porta a abrir foi a única formalidade a anunciar o início das festividades. Ela chegou-se à frente com dois beijos e um abraço apertado, ele fingia estar a leste de tudo, enquanto enrolava, dobrado sobre a mesa quase à altura do chão, o primeiro de muitos cigarros para o resto da tarde. Ao fundo, na varanda apertada, a menina desengonçada entretanto feita mulher ousada apontava a velha máquina fotográfica de rolo a tudo o que via lá em baixo. O resto foi o que sempre foram as tardes de sábado: a conversa, a música, o amontoar de garrafas, o cinzeiro micas, as almofadas desconfortáveis, as pausas para silêncio, o incenso aromático e a senhora gargalhada. Nunca lhe passou pela cabeça que aquilo seria uma despedida. Era... Era apenas mais um sábado. Não seria, por certo, o último sábado da vida deles, apenas o fim de mais uma etapa daquelas vidas ainda curtas, mas já tão atribuladas. (...) Quando era já tão escuro que ameaçava ser dia a qualquer altura, chegou-se atrás, encostou-se à parede e, entontecido pelo álcool, soltou uma gargalhada. - De que é que estás a rir? - Perguntou ela também em gargalhadas, já quase tão dormente como a rapariga que dormia nas almofadas com a cabeça pousada sobre as pernas do irmão prestes a desertar, como ela fizera (por imposição) no seu tempo. - Lembrei-me agora daquela vez no S. João quando o velhote te pediu em casamento e te queria raptar a toda a força. Lembras-te? - E a velhota que pensava que tu eras o filho dela? Lembras-te? - Ou quando rasgaste o vestido e ficaste com as cuecas à mostra, e tivemos que colar... - ...com fita cola! - Completou com aquela gargalhada familiar - E quando tu perdeste o bilhete e o segurança não te queria deixar voltar a entrar? Tivemos que sair todos do concerto para o procurar e quando o encontrámos o concerto já tinha acabado! Seguiram-se o resto das gargalhadas que ainda haviam para dar, umas trincadelas em bolachas desenxabidas e um momento de silêncio introspectivo, daqueles em que as gargalhadas dão lugar a um momento sério. - Ai, ai, o que é que vai ser de mim sem ti? - Perguntou ela, quebrando a introspecção. - E de mim sem ti? Ainda me esqueço de apertar os cordões e tropeço e caio e tenho que ir para o hospital. - Anda cá. - Convidou ela, abrindo os braços para um abraço apertado. - Não te esqueças de mim, ouviste? - Ordenou com os olhos já ensopados de lágrimas. Ele engoliu em seco antes de lhe soprar qualquer coisa, que haverá de se perder no tempo, ao ouvido. As MúsicasHum... Radiohead... Radiohead... Que escrever sobre aquela que provavelmente será a melhor banda de todos os tempos? Depois de álbum como Ok Computer, Kid A (considerado por muitos o melhor álbum de todo o sempre) e Amnesiac, era muito dificil estar à altura das expectativas, e Hail to the Thief foi o álbum ideal para resfriar os ânimos. Não, In Rainbows não está à altura do revolucionário Kid A, mas tem algumas músicas do melhor que se faz no mundo na actualidade, como é o caso desta All I Need. (À parte, ou não: É difícil ouvir uma música nova dos Radiohead e dizer: “Hei, isto é Radiohead!”, porque tirando a voz inconfundível do Tom Yorke, a evolução e inovação de album para album é notável e impressionante). I am the next act waiting in the wings I am an animal trapped in your hot car I am all the days that you choose to ignore
You are all I need You are all I need I am in the middle of your picture Lying in the reeds
I am a moth who just wants to share your light I’m just an insect trying to get out of the night I only stick with you because there are no others
You are all I need You are all I need I am in the middle of your picture Lying in the reeds
It's all wrong It's all right It's all right It's all wrong It's all right It's all right It's all right
 A australiana Sia ficou famosa principalmente pelas suas vocais nos dois geniais primeiros álbuns dos Zero 7 (sim, também participou no terceiro, mas esse não foi genial), mas tem-se destacado sobretudo pela consistência dos seus álbuns a solo, como é o caso deste novíssimo Some People Have Real Problems que tem algumas agradáveis surpresas. Pick me up in your arms Carry me away from harm You’re never gonna put me down I know you’re just one good man You’ll tire before we see land You’re never gonna put me down
Oh I’ve been running all my life I ran away, I ran away from good Yeah I’ve been waiting all my life You’re not a day you’re not day too soon
Honey I will stitch you Darling I will fit you in my heart Honey I will meet you Darling I will keep you in my heart
You’ll risk all this for just a kiss I promise I will not resist Promise you wont hold me down And when we reach a good place Let’s be sure to leave no trace Promise they wont track us down
Now I’ve been running all my life I ran away, I ran away from good Yeah, I’ve been waiting all my life You’re not a day, you’re not a day too soon
Honey I will stitch you Darling i will feel you in my heart Honey I will meet you Darling I will keep you in my heart
I’ve been running all my life I ran away, I ran away from good Yeah I’ve been waiting all my life You’re not a day, you’re not a day too soon
Oh honey I will stitch you Darling I will feel you in my heart Honey I will meet you Darling I will keep you in my heart
 Em 2006 alguém se lembrou de juntar num álbum ( Exit Music: Songs with Radio Heads) algumas covers de músicas dos Radiohead por artistas mais ou menos conhecidos. A Sia fez esta maravilhosa recriação da Paranoid Android. Please could you stop the noise, I'm trying to get some rest From all the unborn chicken voices in my head What's that, what's that
When I am king you will be first against the wall With your opinion which is of no consequence at all What's that, what's that
Ambition makes you look pretty ugly Kicking squealing Gucci little piggy
You don't remember, you don't remember Why don't you remember my name? Off with his head man, off with his head man Why don't you remember my name? I guess he does
Rain down, rain down, come on rain down on me From a great height, from a great height, height Rain down, rain down, come on rain down on me From a great height, from a great height, height
That's it sir, you're leaving The crackle of pig skin The dust and the screaming The yuppies networking The panic, the vomit The panic, the vomit God loves his children God loves his children, yeah
|
|
|
| | | |
|
"O que é que se faz a quem quer manter a distância? Continuamos a figura de parvos com tentativas falhadas de aproximação ou damos um passo atrás?" , perguntou-me a única pessoa que ainda me percebe, à distância de um telefonema mas ainda mais próxima do que vai estar nos próximos tempos. Parei um pouco para sacudir a cabeça, na esperança de ver cair o chip microscópico com que ela me lê os pensamentos. Como não o encontrei, presumi que estava implantado no pescoço, ou então que talvez ela fosse mesmo parecida comigo."Não sei..." , resisti à tentação de responder com um clichê qualquer generalista e continuei, "Às vezes apetece tanto dar esse passo atrás ou, pelo menos, ficar quieto no mesmo sítio, mas essas pessoas nunca se vão mexer, estão agarradas a um orgulho estúpido que não sei descrever." "Será medo?" , perguntou ela tentando acertar a peça do puzzle onde ela não encaixava."Medo? Medo de quê?" , perguntei preplexo."Há pessoas que têm medo, sabes?" Encurrilhei a testa, dei duas reviravoltas de 360º com os olhos e continuei a série de perguntas sem resposta, ou perguntas respondidas com perguntas: "Não consigo perceber isso. Porque é que as pessoas haverão de ter medo?" "Vou-te contar uma história", disse ela com uma voz desleixada tentando imitar sabe-se lá quem, "Havia uma criança que uma vez comeu um gelado com pintarolas, mas as pintarolas estavam estragadas e o gelado fez uma intoxiacação alimentar à criança. A partir daí a criança ficou com medo de comer gelado com pintarolas". "Não tens jeito nenhum para contar histórias..." , desmotivei-a pensando na minha própria falta de jeito para improvizar histórias em cima do joelho, "Não acho que seja esse medo, acho que é mais medo de não estar à tua altura". "Ainda estamos a falar de pintarolas?" , perguntou com o seu melhor sarcasmo."Não." , ri-me alto para grande indignação do gato que descobriu a pequena bola de metal pela primeira vez, pela trijésima vez hoje, "Estou a falar de ti." "Não vejo porquê" "Porque ele está apaixonado por ti" , disse quase a sussorrar, como que a dizer um segredo."Continuo a não perceber. É esse o medo dos homens?" , perguntou com a grande expectativa de talvez ter descoberto a solução universal para todos os problemas."Sim, entre outros." , respondi declarando o que para mim era óbvio e uma verdade universal desde o início dos tempos."Vocês têm uma forma estranha de dizer as coisas que sentem" , constatou desiludida com a tradução de coisas intraduzíveis."E vocês têm uma forma estranha de não dizer as coisas que sentem" , constatei agora eu dizendo outra verdade universalmente aceite entre todos os homens."Temos medo." "Então temos todos medo uns dos outros?" , perguntei quase que retóricamente."Basicamente." , respondeu com a maior frieza do mundo, como se não houvesse solução nem esperança para nada."Como é que podes ter medo depois de saberes que as pintorolas estão dentro do prazo?" , voltei à fábula da criança e das pintarolas na esperança de tentar perceber finalmente qual a origem do medo."Mas eu não sei isso" , respondeu não respondendo, ficando a pergunta que não é suposto ser respondida por responder."Acabei de te dizer" , tentei uma última vez, em vão, obter uma resposta válida."Mas eu não sei se isso é verdade. E como é que podes ter medo depois de saberes que as pintarolas foram feitas só para ti?" "Mas eu não sei isso" "Porquê?" "Porque as pintarolas não falam" "Então voltando à minha pergunta inicial. Qual é a solução, dar um passo atrás ou esperar que as pintarolas comecem a falar?" "Não há forma de conciliarmos os medos?" "Não..." "Então não sei responder à tua pergunta. Talvez haja uma pintarola perdida algures que saiba falar" "E se não houver?" "E se houver?" (Dramatização de uma longa conversa com a Martinha) A MúsicaOs irlandeses The Thrills são... irlandeses e mais qualquer coisa. De referir que tiveram dois excelentes albuns, So Much for the City, em 2003 e Let's Bottle Bohemia no todo o poderoso 2004, de onde saiu esta Not For All The Love In The World. O ano passado lançaram o álbum Teenager, mas... vá, não esteve à altura dos outros dois. De referir também a obra de arte que é o vídeo: YouTube. You show your age, when you drown your rage. But I see past those laughter lines, so baby, lets split tonight, I got a tank full of gas till light.
Yeah we can drive for miles and miles But you just said, Not for all the love in the world Not for all the love in the world
Cause she didnt realize, now thats a lotta love
Pipe dreams fade, and all the underdogs get laid. Left your heart in the hands of a jugglin clown. And so you crave recognition, but the keys to the city were missing
People aren't puzzles to be figured out But you just said, Not for all the love in the world Not for all the love in the world
Cause she didnt realize, now thats a lotta love Oh Oh
I guess that everybody, went to a better party, oh no Not for all the love in the world Not for all the love in the world But she didnt realize, now thats a lotta love.
|
|
|
| | | |
|
Não consigo de deixar de pensar que o que levamos da vida são apenas uns recortes do jornal diário que é a nossa vida. Realçamos algumas notícias aqui e ali, mas há sempre tanta coisa que se perde. Claro que é impossível guardar e processar toda a informação que nos entra pelos sentidos adentro todos os dias, não somos o Google (e agora vêm cá os PIDEs do Google ao blog para ver o que se passa por ter escrito aqui a palavra Google), mas seria bom às vezes guardar um recorte menos importante de uma coisa aparentemente insignificante, indigna de registo. Tenho sido agradávelmente surpreendido por vários recortes daqueles que toda a gente quer recordar, daqueles que quando foram vividos não sabíamos que um dia iriam fazer parte de uma parede recheada de recortes emoldurados por onde se passa com um sorriso aberto, demorando meia hora a analisar cada recorte, como se de uma galeria de arte se tratasse. Eu sei que ninguém dá tanto valor a coisas insignificantes como eu, mas é sempre bom apanhar pedaços de jornal embrulhados no chão, como se tivessem caído numa má encestagem ao caixote do lixo, e emoldurá-los juntamente com os outros. Fiz isso com um pequeno livro recheado de chocolates e com um conjunto de recordações que já ninguém se lembrava. Não fazia ideia que o dia 12 de Abril tivesse tanto significado, sendo tão insignificante no meio de outros tantos 364 dias. As MúsicasHá sons e músicas que nos marcam logo nos primeiros segundos de audição, e não precisei de muitos segundos para saber que esta Skinny Love não iria largar os meus ouvidos tão cedo. Bon Iver é "Bom Inverno" em francês mas é também o nome artístico do americano Justin Vernon, um singer-sonwriter minimalista que enche as músicas com a sua voz tão estranha quanto... bela. Come on skinny love just last the year Pour a little salt we were never here My, my, my, my, my, my, my, my Staring at the sink of blood and crushed veneer
I tell my love to wreck it all Cut out all the ropes and let me fall My, my, my, my, my, my, my, my Right in this moment this order's tall
And I told you to be patient And I told you to be fine And I told you to be balanced And I told you to be kind
And In the morning I'll be with you But it will be a different "kind" I'll be holding all the tickets And you'll be owning all the fines
Come on skinny love what happened here Suckle on the hope in lite brassiere My, my, my, my, my, my, my, my Sullen load is full; so slow on the split
And I told you to be patient And I told you to be fine And I told you to be balanced And I told you to be kind And Now all your love is wasted And Then who the hell was I? And I'm breaking at the britches And at the end of all your lines
Who will love you? Who will fight? Who will fall far behind?
Oooh, Oooh Oooh, Oooh, Oooh
------------------------------------------------- cortar por aqui -------------------------------------------------  Não sou fã do Caetano Veloso. Não gosto das músicas dele, e esta Sozinho apenas é uma excepção porque não é uma música dele, antes uma versão de Peninha, um "famoso" compositor brasileiro natural de São Paulo. Tenho que tirar o chapéu, no entanto, a esta versão, a combinação viola / voz ao vivo resulta numa espécie de confissão / lamento. Às vezes, no silêncio da noite Eu fico imaginando nós dois Eu fico ali sonhando acordado, juntando O antes, o agora e o depois Porque você me deixa tão solto? Porque você não cola em mim? Tou me sentindo muito sozinho!
Não sou nem quero ser o seu dono É que um carinho às vezes cai bem Eu tenho meus segredos e planos secretos Só abro pra você mais ninguém Por que você me esquece e some? E se eu me interessar por alguém? E se ela, de repente, me ganha?
Quando a gente gosta É claro que a gente cuida Fala que me ama Só que é da boca pra fora Ou você me engana Ou não está madura Onde está você agora?
Quando a gente gosta É claro que a gente cuida Fala que me ama Só que é da boca pra fora Ou você me engana Ou não está madura Onde está você agora?
|
|
|
| | | |
|
Ajustou o laço do fato em miniatura ao espelho, puxou as calças para cima, ao ponto de ficar com as meias à mostra, penteou o cabelo com gel para moldar a poupa, esboçou um sorriso e meteu os pés ao caminho para ir ao teatrinho da escolinha onde a sua princezinha haveria de fazer o papel de princesa numa história com rainhas... hum... e rainhas. Chegou devidamente atrasado e com a sua melhor interpretação de rapazinho perdido entrou para o pavilhão da escola por esta altura cheio de cadeiras de madeira tiradas das salas de aulas, viradas para um pequeno palco de madeira tão precário que ameaçava ruir a qualquer altura. As horas foram passando, e as cadeiras enchendo-se primeiro de pessoas maiores que o rapaz e que lhe tapavam a vista para as actuações de cada turma, antecipando a peça de teatro, em que as meninas cantavam músicas como "atirei o pau ao gato", "miau miau", "machadinha" ou "mula da cooperativa" para entreter o público, ou seja, os pais. O rapazinho estava tão cansado da caminhada que tinha que fazer um esforço enorme para aguentar os olhos abertos, segurando as pálpebras com as duas mãos enquanto ia mascando as chicletes gorila que roubou às manadas da mercearia do senhor Brandão e da dona Cidália. Quando estava já quase a tombar para a frente na cadeira mal iluminada, as pequenas e artesanais cortinas de organza começaram a deslizar para lhe obrigar a mostrar o seu sorriso fanado. Ali estava ela, a sua princezinha vestida com o mais belo vestido verde e o chapéu cónico que se elevava quase até à altura de um adulto. Tinha as mãos entrelaçadas à frente e ocasionalmente punha-se em bicos de pés para espreitar para o público. Seguiu-se o teatrinho, a luta com um dragão lésbico embriagado que não se calava e as músiquinhas que envergonhariam as melhores músicas da cassete do avô cantigas. O rapazinho ia mexendo os braços com a emoção da história e lutava agora, não contra o sono, mas contra a vontade de subir lá acima e dar um pontapé no dragão para resgatar a sua princezinha para os seus braços. Não o fez, esperou antes que a peça acabasse, procurou-a, deu-lhe um beijo envergonhado na bochecha e voltou a pôr os pés ao caminho, agora transportado por um sorriso ainda maior que lhe fazia esquecer o cansaço. (A propósito do festival de tunas a que fui ontem para ver a minha Joaninha a actuar) As MúsicasA secção músical de hoje é dedicada a duos guitarra/bateria, ou seja, o regresso às origens daquilo que é hoje conhecido como Rock (não confundir com Rock'n'Roll) e que terá começado com o génio de Jimi Hendrix nos anos 60. Os macabros irmãos Jack e Meg White formaram os The White Stripes em 1997 mas foi só em 2001 que chegaram aos ouvidos de meio mundo com o álbum White Blood Cells e especialmente com esta Fell In Love With A Girl, não só pela música mas também pelo génio de Michel Gondry (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, Björk, Beck, etc.) que idealizou o famoso vídeo dos Legos ( Youtube). Fell in love with a girl I fell in love once and almost completely She's in love with the world But sometimes these feelings Can be so misleading She turns and said "are you alright?" I said "I must be fine cause my heart's still beating Come and kiss me by the riverside, yeah Bobby says it's fine he don't consider it cheating now
Red hair with a curl Mellow roll for the flavor And the eyes for peeping Can't keep away from the girl These two sides of my brain need to have a meeting Can't think of anything to do yeah My left brain knows that our love is fleeting She just looking for something new And I said it once before but it bears repeating now
Can't think of anything to do yeah My left brain knows that our love is fleeting She's just looking for something new And I said it once before but it bears repeating now Fell in love with a girl I fell in love once and almost completely She's in love with the world But sometimes these feelings can be so misleading She turns and said "are you alright?" I said "I must be fine cause my heart's still beating Come and kiss me by the riverside, yeah Bobby says it's fine he don't consider it cheating now
Can't think of anything to do yeah My left brain knows that our love is fleeting She just looking for something new And I said it once before but it bears repeating now
 Ainda na fórmula guitarra/bateria, o som dos The Black Keys tem uma grande influência nos Blues misturados com o Rock e um ou dois toques de modernidade e um som...! Ai, o som! Têm que ouvir este som! Pára, cabeça! Pára! Ai... Ainda sinto os tambores dos escuteiros a martelar nos lóbolos do meu cérebro (e o homenzinho que leiloa coisas sem valor também). Kings and sons of God Travel all the way from the earth Coming restless mile Easing all of them, all of them for you
Strange Times Are here
Scratch you in the square Meant so much when we first met People come from far and near Bless them me, bless them everyone
Strange Times Are here
Stay here to dry your tear I will be the one To pull you through the mirror Before you come, before you come undone
 Ninguém diria ao ouvir as músicas deste blog que a minha banda preferida de todos os tempos seria uma banda com o som dos Death From Above 1979, mas a verdade é que não consegui resistir a voltar a ter fé no Rock mais pesado, depois do desastre que foi o Nu Metal (chiu, vamos esquecer que aquilo alguma vez existiu). Foi com esta música que descobri o duo guitarra/bateria com o baterista vocalista naquele que foi o meu melhor ano músical (e não só) até à data, 2004. Your romantic rights are all that you got Push'em down son it's more than just lip C'mon girls I know you know what you want C'mon, C'mon now and give'em all shhhhh You're beating walls now you just won't quit You play with shapes but they just won't fit I know you love me you don't know what you like You're watching TV I stay up all night
I don't need, want you
South carolina kid is heating things up His wounds are bleeding and we're filling the cup This game will save us if we don't die young C'mon, C'mon now yea have a little fun
Come here baby I love your company We could do it and start a family She was living alone unhappily We could do it, it's right romantically
|
|
|
| | | |
|
O carro pedia combustível com toda a voz que tinha, ou seja, um bip irritante e uma luz amarela com o sinal internacionalmente reconhecível de um posto de abastecimento. No indicador, uma espécie de computador dizia-me que já só tinha 0,0 litros de combustível, enquanto o carro continuava a andar como se já me tivesse esvaziado os bolsos (de dinheiro, entenda-se). Ao fundo da estrada avistei uma série de néons a piscar numa caixa rectangular suspensa no ar por dois ou três pilares. "Estou safo", pensei ao parar o carro naquela bomba fantasma mal iluminada por duas ou três lâmpadas de halogéneo. Por momentos senti-me num filme de terror americano, na clássica cena da bomba de gasolina no deserto, mesmo antes de chegar o carro fantasma. Death Proof veio-me à mente. Tirei a pistola de combustível e apontei-a ao carro, saciando-lhe a sede, qual bebé a sugar o leite dos peit... das mam... do biberão! Na pacatez desta cena de sexo (para os mais perversos) entre o carro e a bomba (e curiosamente neste caso, a fêmea, a bomba, é que tem o pén... a pil... a mangueira!), tentei adivinhar que cenário nasceria atrás da escuridão que nascia ao redor de toda a bomba, mas nada me vinha à mente. Talvez fosse uma floresta abandonada pelos próprios animais, visto que não se ouvia sequer o som de uma coruja... hum... a corujar... Um estrondo acordou-me da minha divagação, era o orgasmo tântrico do carro e da bomba ou, neste cenário tão macabro e tão realista, apenas o sinal mecânico de aviso de que o depósito estava agora cheio. Tentei, com a mestria de um ourives estrábico, acertar os euros no conta-escudos de números rotativos, mas falhei o arredondamento por um cêntimo. Dirigi-me ao interior com o dinheiro certo nos bolsos para fazer um exercício de musculação ao abrir a porta, sendo logo denunciado por uma campainha à moda antiga, daquelas presas por uma corda. "Boa noite" , cumprimentei cordialmente o velho franzino que se curvava para a frente no balcão, sentado num banco sem costas. "Boa noite", retorquiu o velho, fazendo uma pausa no seu ritual de mascar uma pastilha elástica que já devia estar na sua boca desde que o seu turno terá começado, há vinte anos atrás. Depois de martelar uns números no teclado sensível do moderno computador, o senhor lá carregou no botão mágico que faz plim e que abre a gaveta do dinheiro. Fez uma dobra a meio na vertical das notas, meteu-as debaixo de uma luz ultravioleta super-violeta, e colocou-as na caixa vazia de notas, seguídas pela solitária moeda de 1 cêntimo que se perdeu no recipiente das moedas de 1 cêntimo. Sem parar de mascar, olhou para o monitor para logo de seguida se dirigir a mim com uma indiferença gélida e aborrecimento na voz. "Parabéns. Acabou de ganhar shubs shubs shubs shubs". "Desculpe?", perguntei eu alguns segundos depois, esgotadas todas as tentativas de decifrar a mensagem obscura do homem. "Parabéns. Acabou de ganhar um café e um bolo.", disse quase adormecido apontando para um expositor de bolos de café que apareceu miraculosamente no meu campo de visão, como se o velho aborrecido tivesse acabado de fazer um truque de magia. Analisei o ambiente antes de me voltar a dirigir ao homem que olhava para mim como se eu o estivesse a obrigar a transportar dois sacos de cimento às costas. O expositor de bolos estava a boiar em revistas obscuras, a maioria pornográficas, repletas de mulheres com mam... peit... hum... com bolas de basquete gigantescas que remetiam a parte direita do meu cérebro para montagens do photoshop, não fossem elas revistas dos anos 70, altura em que o photoshop era... bom, não era. Pensei em levar uma daquelas relíquias que deviam render balburdios no ebay, mas descartei essa hipótese maquiavélica ao ver a tristeza nos olhos do homem só de pensar que eu lhe podia levar uma das meninas que lhe faziam companhia no turno da noite. Desviei a minha atenção e curiosidade para a máquina de café, também ela uma relíquia, semi-escondida atrás do balcão. Tentou-me seduzir com uma luzinha vermelha a indicar que o bule de café estava quente, mas eu fiz-me de desentendido, como faço sempre que sou seduzido por uma máquina de café que não a minha, que me seduz continuamente a parte esquerda do cérebro com centenas (senão milhares de milhões) de luzinhas vermelhas. "Não, obrigado!", rejeitei finalmente o meu prémio, para logo de seguida ver a face do homem deteorar-se ainda mais numa tristeza penetrante que até a mim atingiu. "Não quer?", perguntou numa última tentativa de me fazer ficar mais uns segundos que fossem, como se a Micas, a Zéza e a Ména (nomes fictícios para as mulheres assustadoramente volumosas de peito que figuravam nas revistas) não fossem já companhia suficiente. Despedi-me com o talão na mão e aquele pedacinho de tristeza do homem que se agarrou a mim pelos olhos e que não me queria deixar. Apeteceu-me voltar para trás e beber o café só para fazer companhia ao homem, talvez até chegasse mesmo a comer um dos bolos recessos que deveriam estar duros como as pedras da gravilha que agora pisava ao caminhar em direcção ao carro. Queria mesmo voltar a ser aquele rapazinho descarado que gosta de perder horas a falar com figuras estranhas (para as pessoas ditas “normais”), mas deixei-me caminhar em direcção ao carro, afinal de contas já estava atrasado da minha vida, perdido no meio do nada, e com saudades da minha máquina de café que faz aquele cafézinho aromático de países exóticos, que tanto me agrada. A MúsicaDo Canadá para os meus ouvidos chegou-me recentemente este Destroyer ( Daniel Bejar) com sons e poemas relaxantes cheios daquelas boas vibrações indie que continuam a chegar em força neste ano de 2008 recheado de agradáveis surpresas. Para quem nunca ouviu falar do Daniel Bejar, de referir que ele colabora habitualmente com bandas como os The New Pronographers, Frog Eyes, Wolf Parade, Swan Lake e Hello, Blue Roses. Se nunca ouviram falar destas bandas: PÁREM DE OUVIR ESSAS MERDAS QUE PASSAM NA MTV! Ok fine, even the sky looks like wine, And everywhere I turn there, A new face in time, stuck inside the well Fresh hands to attend to
Blue Flower, Blue Flame, A woman by another name is not a woman Don't know why, don't know when A cathedral sick of the sky again, says to it; "Please not now, will you just look at the time, it's standing still! Somewhere applause falls dead on the hillside"
Blue Flower Blue Flame, A woman by another name is not a woman, I'll tell you what I mean by that, Maybe not in seconds flat, maybe not today...
Blue Flower, Blue Flame, A woman by another name is not a woman, I'll tell you what I mean by that, Maybe not in seconds flat, maybe never
A gray ashen sadness rises like the sun, Oh well, It was time I decided to try this hotel, her world... Tulip has an inner animal, shes' in it for a good time, I was on the outs for awhile but now things are alright, I gave you a flower because foxes travel light, And a penny for your thoughts was, Never enough, Your head gets filled with that stuff. Your head gets filled with that stuff....
|
|
|
|
|
|
Arquivo
setembro 2006
novembro 2006
dezembro 2006
janeiro 2007
fevereiro 2007
março 2007
abril 2007
maio 2007
junho 2007
julho 2007
agosto 2007
setembro 2007
outubro 2007
novembro 2007
dezembro 2007
janeiro 2008
fevereiro 2008
março 2008
abril 2008
maio 2008
junho 2008
julho 2008
agosto 2008
novembro 2008
dezembro 2008
|
|