Um Sítio Para Onde Fugir
Vamos fugir! Disse ele no seu tom mais desafiante, sabendo que ela logo o iria contradizer.
Não sejas parvo, para onde fugiríamos? Respondeu ela da forma que ele esperava que ela fosse responder.
Podíamos fugir para África, ver os animais selvagens, sentir o cheiro da terra, respirar o ar puro, um sítio onde podemos ser tudo não sendo ninguém!
Ela parou para pensar. Aquele sítio parecera-lhe perfeito, nem nos seus sonhos tinha conseguido imaginar uma coisa tão simples e ao mesmo tempo tão perfeita.
És a minha África! Fugiu-lhe o grito mais alto que ela alguma vez dera na sua vida e logo ali, na sala de cinema cheia de pessoas silênciosas, completamente absortas no filme mais perfeito de toda a eternidade.
Fugimos para ti, então? Deduziu ele enquanto a observava a comer uma pipoca que não fez barulho ao estalar entre os dentes.
Fugimos para nós! Confirmou ela continuando a olhar o ecrã com aquele sorriso de mulher fatal, com outra pipoca já encostada aos lábios.
E onde será isso? Perguntou, inseguro, por entre o barulho do estalar da pipoca mais barulhenta de sempre.
É o médio oriente, o nosso médio oriente, aquele ponto onde a Europa se mistura com África, mas que não é a Europa, nem é África.
És a minha Europa! Foi a vez dele gritar ao aperceber-se que ela tinha razão.
Continuaram a olhar para a tela, mas não estavam atentos. Pensavam um no outro e nas saudades que iram ter. Colavam os olhos nas suas caras como que a tentar decorar todos os contornos, todos os traços, todas as linhas e todas as pequenas imperfeições que ali, naquela despedida e sob aquela luz a preto e branco que saltava da tela para eles, pareciam mais perfeitas que nunca.
A sala começou a esvaziar-se e eles ficaram ali sentados no sítio preferido dela, no meio, um bocadinho para a esquerda. Na tela, uma mensagem informava a próxima sessão do filme. Eles foram ficando de sessão em sessão até serem obrigados a abandonar a sala pelo velho projeccionista de cabelos brancos que insistia em repor os filmes que marcaram a sua juventude e os seus amores.
(Ao Ricardo e à Marta que insistem em amar-se quando já ninguém acredita no amor deles. Teimosos. Eu voltei a acreditar!)
Não sejas parvo, para onde fugiríamos? Respondeu ela da forma que ele esperava que ela fosse responder.
Podíamos fugir para África, ver os animais selvagens, sentir o cheiro da terra, respirar o ar puro, um sítio onde podemos ser tudo não sendo ninguém!
Ela parou para pensar. Aquele sítio parecera-lhe perfeito, nem nos seus sonhos tinha conseguido imaginar uma coisa tão simples e ao mesmo tempo tão perfeita.
És a minha África! Fugiu-lhe o grito mais alto que ela alguma vez dera na sua vida e logo ali, na sala de cinema cheia de pessoas silênciosas, completamente absortas no filme mais perfeito de toda a eternidade.
Fugimos para ti, então? Deduziu ele enquanto a observava a comer uma pipoca que não fez barulho ao estalar entre os dentes.
Fugimos para nós! Confirmou ela continuando a olhar o ecrã com aquele sorriso de mulher fatal, com outra pipoca já encostada aos lábios.
E onde será isso? Perguntou, inseguro, por entre o barulho do estalar da pipoca mais barulhenta de sempre.
É o médio oriente, o nosso médio oriente, aquele ponto onde a Europa se mistura com África, mas que não é a Europa, nem é África.
És a minha Europa! Foi a vez dele gritar ao aperceber-se que ela tinha razão.
Continuaram a olhar para a tela, mas não estavam atentos. Pensavam um no outro e nas saudades que iram ter. Colavam os olhos nas suas caras como que a tentar decorar todos os contornos, todos os traços, todas as linhas e todas as pequenas imperfeições que ali, naquela despedida e sob aquela luz a preto e branco que saltava da tela para eles, pareciam mais perfeitas que nunca.
A sala começou a esvaziar-se e eles ficaram ali sentados no sítio preferido dela, no meio, um bocadinho para a esquerda. Na tela, uma mensagem informava a próxima sessão do filme. Eles foram ficando de sessão em sessão até serem obrigados a abandonar a sala pelo velho projeccionista de cabelos brancos que insistia em repor os filmes que marcaram a sua juventude e os seus amores.
(Ao Ricardo e à Marta que insistem em amar-se quando já ninguém acredita no amor deles. Teimosos. Eu voltei a acreditar!)
As Músicas
Os Headlights são uma bandinha indie ao meu gosto e o álbum Kill Them With Kindness uma das agradáveis supresas que me têm aparecido no caminho. Achei esta música apropriada.
I'm hoping that you feel the same as I do
Walking through the ruins of this crazy town
Like we've got plans
That you don't have
And like there's a place waiting just for us to run to
Just for us to run to
If all is the same
Wherever we go
Then I suppose that we should change our names
Settle into something basic
We'll make the world a better place to run to
A place for us to run to
You can stay here for a while
And remember all the empty streets back home
With a little more time
We can picture all the faces that we've known
Along the way
whoa-oh
I'm hoping that you feel the same as I do
Walking through the ruins of this crazy town
Like we've got plans that you don't have
And like there's a place waiting just for us to run to
Just for us to run to
You can stay here for a while
And remember all the empty streets back home
And with a little more time
We can picture all the faces that we've known along the way
(Um pequeno à parte, ou o cantinho da Joana)
Esta não tem nada a ver com o post, é para a ti (desculpa não te dar um post próprio e meter-te aqui quase arrumadinha num canto). Por culpa dos teus gnomos que distribuem os feriados, o nosso "jantar romântico" teve que ser adiado. Para compensar aqui vai esta música. E porque um dia de atraso são só 24 horas, um dia sem ti são mais de 25 (tantas quanto as do dia de hoje)!
Há qualquer coisa de leve na tua mão,
Qualquer coisa que aquece o coração
Há qualquer coisa quente quando estás,
Qualquer coisa que prende e nos desfaz
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
A forma dos teus braços sobre os meus,
O tempo dos meus olhos sobre os teus
Desço nos teus ombros para provar
Tudo o que pediste para levar
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais...
Tens os raios fortes a queimar
Todo o gelo frio que construí
Entras no meu sangue devagar
E eu a transbordar dentro de ti
Tens os raios brancos como um rio,
Sou quem sai do escuro para te ver,
Tens os raios puros no luar,
Sou quem grita fundo para te ter
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais...
Quero ver as cores que tu vês
Para saber a dança que tu és
Quero ser do vento que te faz
Quero ser do espaço onde estás
Deixa ser tão leve a tua mão,
Para ser tão simples a canção
Deixa ser das flores o respirar
Para ser mais fácil te encontrar
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais...
Vem quebrar o medo, vem
Saber se há depois
E sentir que somos dois,
Mas que juntos somos mais
Quero ser razão para seres maior
Quero te oferecer o meu melhor
Quero ser razão para seres maior
Quero te oferecer o meu melhor
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol