Encontrámo-nos em Estocolmo (via Porto, Salamanca, Madrid, Paris, Bruxelas, Frankfurt, Malmö e Jönköping)
Quando era pequeno e tinha que me deslocar a pé entre minha casa e a escola ao amanhecer (e vice-versa ao anoitecer), num percurso que a minha ingenuidade infantil me fazia supor que teria 10 quilómetros de comprimento (e que mais tarde vim a saber ser uma distância substancialmente mais reduzida), lembro-me de todos os dias dizer mal da minha vida por ter que fazer aquele percurso sinuoso a pé com a mochila pesada a atirar-me para baixo e a obrigar-me a ter que fazer o dobro do esforço que faria se não tivesse que transportar dezenas* de livros pesados dos quais apenas precisava de umas páginas por dia (os livros escolares deviam vir em fascículos coleccionáveis, não precisamos de todas as páginas de cada livro no mesmo dia ao mesmo tempo).
Uma das coisas que me faziam esquecer o peso ridículo da pasta e as dores dos músculos das pernas no seu esforço quase inútil contra a gravidade, eram os comboios que insistiam em continuar a sair da estação sobrevoada pela ponte onde me empoleirava para ver os comboios partir.
Imaginava para onde iriam todas aquelas pessoas, algumas com o seu ar atarefado e aborrecido, outras com uma felicidade que chegava a iluminar as cabines do meio de transporte mais místico e barulhento de todos.
Mas, apesar de toda aquela imaginação, pensava que todo aquele conjunto de ferros que encaminhavam as carruagens teriam um fim, algures numa aldeia próxima.
Hoje sei que isso não é verdade, que as estradas de ferro se prolongam e entrelaçam por milhares de quilómetros, só acabando lá longe, numa montanha gelada da Sibéria, ou numa linha inutilizada de Trás-Os-Montes, ou até, se quisermos, nem chegando a acabar, porque todas essas linhas perdidas não têm que ser o fim da nossa viagem, mas o início da viagem pelo mundo de alguém dessas terras aparentemente perdidas.
As Músicas
Não é impossível, se bem que possa ser demorado, ir de comboio até à Suécia e parar em Estocolmo para absorvermos os novos sons que vêm desse local longínquo e frio. Porque está frio, mas existem sítios piores, três músicas de duas bandas de Estocolmo.
Os Shout Out Louds começaram a carreira com o nome Luca Brasi, mas felizmente viram-se forçados a mudar de nome porque já existia uma banda com esse nome. Foi em 2003 que lançaram este Howl Howl Gaff Gaff na Suécia, mas foi só em 2005 que o exportaram para o mundo.
Everyone's got someone I've got none
Everyone's got someone, I've got no one
But I try to find out what to do with my life
Here it comes at last and my heart beats faster than some, faster than the train in my mind
Everyone can see me when I'm numb
And tell me what I look like when I stumble
While I try to find out What I do to your life
Esta é do segundo álbum dos Shout Out Louds, Out III Wills que foi lançado este ano, apenas com cinco meses de diferença para o resto do mundo, o que até é muito para a geração MP3 (raios! isto soou a subtítulo de novela juvenil da TVI). Nota-se uma grande evolução do álbum anterior para este, mas continuam aqueles pormenores nórdicos como as guitarras e os pequenos pedaços de electrónica minimalista.
The words came like a hard rain.
And your smile changed like a hurricane.
Your breath smells like cardamom.
And the words came just like a hard rain.
I recall you said you missed me.
I was afraid I acted desperately.
I recall you said it for hours.
Then again it doesn't matter.
I never tried, I never dared, I wish I'd said something.
But I've been standing outside your door,
at least that's something.
Your breath smells like cardamom.
And the words came just like a hard rain.
I try to tell myself at night when the dusty old pictures are all out of sight that I think I will be alright. Just don't come closer morning light.
Os Last Days Of April são então outra banda de Estocolmo que já existe desde 1996, mas que só fiquei a conhecer a partir deste If You Loose It de 2004 e que se têm tornado na minha mais recente paixão em termos musicais. Entretanto já saiu outro álbum este ano, chama-se Might As Well Live e do qual não vou meter aqui nenhuma música mas podem pesquisar por ele nos sítios do costume, que não se vão arrepender.
Tears on hold
That's what it feels like coming home
Thought i had to go away to get the gold, never thought i could find it here at home
The disease is traveling through my bones, but soon i'll be healing where i was born
Where everything is far and you need your car, but where it is fine to be who you are
It's something but not much comparing to...
So instead of going some place i don't belong, i'll stay at the same place i get along
I can't compare you to places that i go
And if i leave you, it's for the joy of coming home
Uma das coisas que me faziam esquecer o peso ridículo da pasta e as dores dos músculos das pernas no seu esforço quase inútil contra a gravidade, eram os comboios que insistiam em continuar a sair da estação sobrevoada pela ponte onde me empoleirava para ver os comboios partir.
Imaginava para onde iriam todas aquelas pessoas, algumas com o seu ar atarefado e aborrecido, outras com uma felicidade que chegava a iluminar as cabines do meio de transporte mais místico e barulhento de todos.
Mas, apesar de toda aquela imaginação, pensava que todo aquele conjunto de ferros que encaminhavam as carruagens teriam um fim, algures numa aldeia próxima.
Hoje sei que isso não é verdade, que as estradas de ferro se prolongam e entrelaçam por milhares de quilómetros, só acabando lá longe, numa montanha gelada da Sibéria, ou numa linha inutilizada de Trás-Os-Montes, ou até, se quisermos, nem chegando a acabar, porque todas essas linhas perdidas não têm que ser o fim da nossa viagem, mas o início da viagem pelo mundo de alguém dessas terras aparentemente perdidas.
As Músicas
Não é impossível, se bem que possa ser demorado, ir de comboio até à Suécia e parar em Estocolmo para absorvermos os novos sons que vêm desse local longínquo e frio. Porque está frio, mas existem sítios piores, três músicas de duas bandas de Estocolmo.
Os Shout Out Louds começaram a carreira com o nome Luca Brasi, mas felizmente viram-se forçados a mudar de nome porque já existia uma banda com esse nome. Foi em 2003 que lançaram este Howl Howl Gaff Gaff na Suécia, mas foi só em 2005 que o exportaram para o mundo.
Everyone's got someone I've got none
Everyone's got someone, I've got no one
But I try to find out what to do with my life
Here it comes at last and my heart beats faster than some, faster than the train in my mind
Everyone can see me when I'm numb
And tell me what I look like when I stumble
While I try to find out What I do to your life
Esta é do segundo álbum dos Shout Out Louds, Out III Wills que foi lançado este ano, apenas com cinco meses de diferença para o resto do mundo, o que até é muito para a geração MP3 (raios! isto soou a subtítulo de novela juvenil da TVI). Nota-se uma grande evolução do álbum anterior para este, mas continuam aqueles pormenores nórdicos como as guitarras e os pequenos pedaços de electrónica minimalista.
The words came like a hard rain.
And your smile changed like a hurricane.
Your breath smells like cardamom.
And the words came just like a hard rain.
I recall you said you missed me.
I was afraid I acted desperately.
I recall you said it for hours.
Then again it doesn't matter.
I never tried, I never dared, I wish I'd said something.
But I've been standing outside your door,
at least that's something.
Your breath smells like cardamom.
And the words came just like a hard rain.
I try to tell myself at night when the dusty old pictures are all out of sight that I think I will be alright. Just don't come closer morning light.
Os Last Days Of April são então outra banda de Estocolmo que já existe desde 1996, mas que só fiquei a conhecer a partir deste If You Loose It de 2004 e que se têm tornado na minha mais recente paixão em termos musicais. Entretanto já saiu outro álbum este ano, chama-se Might As Well Live e do qual não vou meter aqui nenhuma música mas podem pesquisar por ele nos sítios do costume, que não se vão arrepender.
Tears on hold
That's what it feels like coming home
Thought i had to go away to get the gold, never thought i could find it here at home
The disease is traveling through my bones, but soon i'll be healing where i was born
Where everything is far and you need your car, but where it is fine to be who you are
It's something but not much comparing to...
So instead of going some place i don't belong, i'll stay at the same place i get along
I can't compare you to places that i go
And if i leave you, it's for the joy of coming home
* Exagero para um maior efeito dramático
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