23 novembro, 2007

Cartas De Amor

O rádio saltou-me para as mãos numa aceleração mais a fundo. O meu amigo, que ia a conduzir, estava mais interessado em observar o rabo de uma transiente d0 que no que se estava a passar no trânsito ou com o rádio que presumo saltar para fora sempre que necessita de atenção.

Tentei colocar o rádio no sítio e carreguei acidentalmente no botão mágico que escolhe a rádio na frequência a seguir. Era uma rádio local onde uma espécie de psicólogo (Frasier, és mesmo tu?) estava a falar de cartas de amor.

O meu primeiro comentário (incendiado pela voz nasal do senhor que falava na rádio) foi de dizer com aquele sorriso sarcástico: “Quem é que escreve cartas de amor hoje em dia?”.

Depois calei-me ao reflectir que eu escrevo cartas de amor...

Enquanto pensava nas poucas cartas de amor que escrevi, naquele romantismo inútil que me caracteriza, pensava também que nunca tive uma resposta a nenhuma delas.

Não é que a minha vida romântica seja assim tão má (ou se calhar é, e eu não quero admitir), mas na verdade, quer a minha amada estivesse ou não apaixonada por mim, nunca ninguém se deu ao trabalho de me responder.

Eu acho isso bastante estranho, mas isto sou eu que sou estranho e escrevo cartas de amor quando o resto do mundo anda a enviar SMS com palavras abreviadas.



As Músicas
Encontrei esta música quando andava à procura de coisas do António Variações no YouTube. Esta música foi tocada ao vivo aparentemente numa gala da TVI para ajudar criancinhas com fome em África. Hum... Não, isto não está bem. Bom, não sei para que era a gala, nem quero saber, só sei que a versão dos Toranja para a Canção de Engate do Variações está muito boa, e até tem uma orquestra a acompanhar! (Como se nota pelos 40 segundos orquestrais no início, não desesperem, vale a pena)


Tu estás livre e eu estou livre
E há uma noite para passar
Porque não vamos unidos
Porque não vamos ficar
Na aventura dos sentidos

Tu estas só e eu mais só estou
Tu que tens o meu olhar
Tens a minha mão aberta
À espera de se fechar
Nessa tua mão deserta

Vem que o amor
Não é o tempo
Nem é o tempo
Que o faz
Vem que o amor
É o momento
Em que eu me dou
Em que te dás

Tu que buscas companhia
E eu que busco quem quiser
Ser o fim desta energia
Ser um corpo de prazer
Ser o fim de mais um dia

Tu continuas à espera
Do melhor que já não vem
E a esperança foi encontrada
Antes de ti por alguém
E eu sou melhor que nada




Adoro o ambiente retro destes senhores escoceses que foram buscar o nome a um conto francês para crianças chamado Belle et Sébastien que conta a história de um rapazinho de 6 anos chamado Sébastien e do seu cão Belle.


I wrote a letter on a nothing day
I asked somebody, “Could you send my letter away?”
“You are too young to put all of your hopes in just one envelope”
I said goodbye to someone that I love

It’s not just me, I tell you it’s the both of us
And it was hard
Like coming off the pills that you take to stay happy
Someone above has seen me do all right
Someone above is looking with a tender eye
Upon her face, you may think you’re alone but you may think again

If I could do just one near perfect thing I’d be happy
They’d write it on my grave, or when they scattered
my ashes
On second thoughts I’d rather hang about and be there with my best friend
If she wants me

And far away somebody read the letter
He condescends to read the words I wrote about him
And if he smiles, it’s no more than a genius deserves
For all his curious nerve and his passion

I’m going deaf, you’re growing melancholy
Things fall apart, I don’t know why we bother at all
But life is good and it’s always worth living
At least for a while

If I could do just one near perfect thing I’d be happy
They’d write it on my grave, or when they scattered
my ashes
On second thoughts I’d rather hang about and be there with my best friend
If she wants me

If you think to yourself, “What should I do now?”
Then take the baton, girl, you better run with it
There is no point in standing in the past
Because it’s over and done with

I took a book and went into the forest
I climbed the hill, I wanted to look down on you
But all I saw was twenty miles of wilderness
So I went home

7 COMENTÁRIOS:

Anonymous Anónimo disse...

A culpa não é tua, é das mulheres que escolhes.
São sempre todas tão complicadas.
Porque é que não te apaixonas por alguém simples, para variar?

23/11/07 10:06  
Blogger Ana Astronauta disse...

a música do variações está... olha está-me nos olhos, pôs-me a chorar

estou a começar a desenvolver uma paixão platónica por ti

não te vou dizer nada para continuar platónica

beijo beijo beijo

23/11/07 12:35  
Anonymous Anónimo disse...

Ninguém te responde porque têm medo, não sabes quão bonitas são as tuas cartas de amor.

É muito difícil responder à altura

Beijinho meu querido!

23/11/07 16:34  
Blogger Lara Mara disse...

Que coisa bonita! Desconhecia o génio do variações e agora estou derretida.

Beijo*****!

23/11/07 19:15  
Anonymous Anónimo disse...

zaudadeszzesss.
(continuo na minha luta contra o sono)
asterisco!

24/11/07 20:16  
Blogger João Esquimó disse...

Sofia,

Conheces alguma mulher que não seja complicada?

--

Ana,

Que giro, eu tinha uma paixão platónica por ti quando éramos piquenos!


(mas isso era quando eras boa, antes de meteres a porcaria do silicone)
--

Marta,

És uma mentirosa e uma querida, como sempre.

Como se isso me fosse fazer sentir melhor... E não é que faz mesmo?

--

Lara,

Ele devia ser assim alguém fascinante para ter uma conversa, se ao menos pudesse fazer uma viagem no tempo até aos anos 80 e fazer um corte no seu cabeleireiro!

--

Joana,

A luta contra sono é sempre inglória, porque o sono acaba sempre por vencer, mais cedo ou mais tarde.

A ti é que, pronto, é sempre mais cedo que tarde :P

26/11/07 03:47  
Blogger João Esquimó disse...

Ah, e beijos, muitas coisas dessas!!

(esqueço-me sempre desta parte nos comentários, não é por mal, acreditem que se pudesse, enchia-vos os blogues e as caras de beijos)

26/11/07 03:49  

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