05 setembro, 2007

Algures Onde Eu Nunca Viajei

Às vezes faço coisas das quais me arrependo e outras vezes não me arrependo das coisas que faço ou digo. Não disse tudo o que lhe tinha a dizer, acobardei-me com a sua primeira lágrima. Talvez tenha sido melhor assim... Não sei...



O Poema
Nos últimos tempos tenho andado viciado num poeta americano que foi um dos maiores poetas do século XX, juntamente com outros seres brilhantes como o nosso Fernando Pessoa. Infelizmente não encontrei nenhuma tradução para português deste poema, por isso decidi fazer uma pequena e rápida tradução livre a partir do original em inglês.

Algures onde eu nunca viajei
Algures onde eu nunca viajei, alegremente para além
De qualquer experiência, os teus olhos têm o seu silêncio
No teu gesto mais frágil estão coisas que me incluem
Ou coisas que não posso tocar porque estão próximas demais

O teu olhar mais discreto desarma-me facilmente
Apesar de eu me ter fechado como se fecham os dedos
Abres-me sempre pétala a pétala à medida que a primavera se abre
(tocando com perícia, misteriosamente) a sua primeira rosa

Ou se o teu desejo for fechares-me, eu e
A minha vida vamos-nos fechar de uma forma bonita, repentinamente
Tal como quando o coração desta flor imagina
A neve a cair por todo o lado, cuidadosamente

Nada da nossa percepção do mundo iguala
O poder da tua imensa fragilidade; cuja textura
Me atrai com a cor dos seus campos,
Rendendo a morte e a eternidade com cada respirar

(eu não sei o que há em ti que se fecha
E abre; Há apenas algo em mim que entende
Que a voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
Ninguém, nem sequer a chuva tem umas mãos tão pequenas
E. E. Cummings



A Música
Não me apetece falar da música desta vez, acho que ela fala por si...


I'm sorry, two words
I always think after you're gone
When I realize I was acting all wrong
So selfish, two words that could describe
Old actions of mine when patience is in short supply

We don't need to say goodbye
We don't need to fight and cry
Oh we, we could hold each other tight
Tonight

We're so helpless
We're slaves to our own forces
We're afraid of our emotions
No one, knows where the shore is
We're divided by the ocean
And the only thing I know is
The answer it isn't for us
No the answer isn't for us

I'm sorry, two words
I always think after, oh you're gone
When I realize I was acting all wrong

We don't need to say goodbye
We don't need to fight and cry
No we, we could, we could hold each other tight
Tonight...
Tonight...
Tonight...
Tonight...


As Fotografias
São ambas de uma senhora japonesa chamada Marikska (ou pelo menos é esse o apelido dela) que encontrei no Flickr. Podem ver mais fotos dela aqui ou clicando sobre as fotografias, que é a mesma coisa.

4 COMENTÁRIOS:

Anonymous Anónimo disse...

eu não diria que me sinto mais viva, mas um pouco mais confusa sim...

Não que não tenha percebido o que disseste, (lá nesse método metafórico que dominas tão bem)mas por não te saber contrariar.


um asterisco
:)

6/9/07 12:19  
Blogger Lara Mara disse...

O poema é muito bonito. Não tens a versão original? Procurei mas não encontrei. Tenho esta ideia romântica de que os poemas devem ser lidos na lingua original.

Beijo*****!

6/9/07 19:55  
Blogger João Esquimó disse...

Também tens ideias românticas sobre as coisas? Hum...

É esta a versão original (e não vale dizer mal da tradução):

somewhere i have never travelled, gladly beyond
any experience, your eyes have their silence:
in your most frail gesture are things which enclose me,
or which i cannot touch because they are too nearyour slightest look easily will unclose me
though i have closed myself as fingers,
you open always petal by petal myself as Spring opens
(touching skilfully, misteriously) her first roseor if your wish be to close me, i and
my life will shut very beautifully, suddenly,
as when the heart of this flower imagines
the snow carefully everywhere descending;nothing we are to perceive in this world equals
the power of your intense fragility: whose texture
compels me with the colour of its countries,
rendering death and forever with each breathing(i do not know what it is about you that closes
and opens; only something in me understands
the voice of your eyes is deeper than all roses)
nobody, not even the rain, has such small hands

11/9/07 00:24  
Blogger Lara Mara disse...

Não ia dizer mal da tradução. Foi uma tradução agradável.

Beijo*****!

11/9/07 21:36  

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