O trovador
O que eu queria mesmo era ser um trovador, andar sempre com uma guitarra às costas, escrever letras em guardanapos de papel e fazer serenatas a janelas bem frequentadas.
Não sou um trovador, se fosse seria um trovador sem guitarra que nem sequer sabe cantar. Não sei também escrever poemas, nem proclamá-los bem alto de cá de baixo para uma janela lá em cima. Não sei sequer dizer coisas bonitas a um ouvido atento, disfarçadamente ausente. Não ando a cavalo e por vezes ligo o ar-condicionado.
Não sou trovador mas sinto-me um trovador, o pior trovador do mundo está certo, mas um trovador!
As Músicas
Eu não sou trovador, mas estes dois senhores são, sem dúvida. O primeiro chama-se Nuno Prata e os seus sons e forma de cantar fazem-me lembrar os inícios dos Ornatos Violeta. Podem encontrar esta música no seu primeiro álbum Todos os dias fossem estes/outros.
(atenção às entrelinhas)
Nada é pior do que não te ter
E ver que outros braços te dispensam
Beijos falsos, fáceis rimas de prazer
Nada é tão mau quanto não te ter
E saber que o teu riso é o aviso
Que de ti preciso para viver
Não preciso de te explicar
Que ideia é essa que as palavras falam aos ouvidos
Melhor que os olhos ao coração
Mas assim eu não te vou ter
Porque é à custa de palavras, mesmo erradas
Que aprendemos a quem queremos conhecer
Sem afirmar eu não vou crescer
Que faço, posso dar quando errar
Porque ninguém ouviu o que eu não quis dizer
Eu vou ter de te falar, deixar explodir, explicar
Que o que te mostro é tão menos do que me obrigo a calar
Já toda a gente conhece este senhor, seja deste seu trabalho a solo ou de outros projectos como os Quinteto Tati ou os Belle Chase Hotel. Relativamente a este 1970, "apenas" de referir que é um dos melhores álbuns portugueses de 2007!
(atenção às entrelinhas)
Falar de amor,
Uivar em vão.
O trovador
É uma espécie em extinção
Quando se extinguir o amor.
No chão, sem paz
Sem massa, nem pulmão
Cantando vai
Já nem sabe bem porquê
Mas insiste e não retrai
Houve tempos onde
Cantou, cantou
Até ficar tonto
De amor
Dispensa maravilhas o cantor
Cuspindo no comércio da nação
A sua dor
Não tem grandes condições
Para se instalar botões
De tanto sanatório e prisão,
Lavagem cerebral e televisão,
O trovador
Devotou-se muito a Deus
Que era o nome do seu cão.
E ao sair de cena
Cantou, cantou,
Disse a quem ouvisse.
Eu vou, ver o meu amor,
Vou no vapor das seis
Para onde o sol se põe:
Ficou o cão
A ladrar aos camiões
Não sou um trovador, se fosse seria um trovador sem guitarra que nem sequer sabe cantar. Não sei também escrever poemas, nem proclamá-los bem alto de cá de baixo para uma janela lá em cima. Não sei sequer dizer coisas bonitas a um ouvido atento, disfarçadamente ausente. Não ando a cavalo e por vezes ligo o ar-condicionado.
Não sou trovador mas sinto-me um trovador, o pior trovador do mundo está certo, mas um trovador!
As Músicas
Eu não sou trovador, mas estes dois senhores são, sem dúvida. O primeiro chama-se Nuno Prata e os seus sons e forma de cantar fazem-me lembrar os inícios dos Ornatos Violeta. Podem encontrar esta música no seu primeiro álbum Todos os dias fossem estes/outros.
(atenção às entrelinhas)
Nada é pior do que não te ter
E ver que outros braços te dispensam
Beijos falsos, fáceis rimas de prazer
Nada é tão mau quanto não te ter
E saber que o teu riso é o aviso
Que de ti preciso para viver
Não preciso de te explicar
Que ideia é essa que as palavras falam aos ouvidos
Melhor que os olhos ao coração
Mas assim eu não te vou ter
Porque é à custa de palavras, mesmo erradas
Que aprendemos a quem queremos conhecer
Sem afirmar eu não vou crescer
Que faço, posso dar quando errar
Porque ninguém ouviu o que eu não quis dizer
Eu vou ter de te falar, deixar explodir, explicar
Que o que te mostro é tão menos do que me obrigo a calar
Já toda a gente conhece este senhor, seja deste seu trabalho a solo ou de outros projectos como os Quinteto Tati ou os Belle Chase Hotel. Relativamente a este 1970, "apenas" de referir que é um dos melhores álbuns portugueses de 2007!
(atenção às entrelinhas)
Falar de amor,
Uivar em vão.
O trovador
É uma espécie em extinção
Quando se extinguir o amor.
No chão, sem paz
Sem massa, nem pulmão
Cantando vai
Já nem sabe bem porquê
Mas insiste e não retrai
Houve tempos onde
Cantou, cantou
Até ficar tonto
De amor
Dispensa maravilhas o cantor
Cuspindo no comércio da nação
A sua dor
Não tem grandes condições
Para se instalar botões
De tanto sanatório e prisão,
Lavagem cerebral e televisão,
O trovador
Devotou-se muito a Deus
Que era o nome do seu cão.
E ao sair de cena
Cantou, cantou,
Disse a quem ouvisse.
Eu vou, ver o meu amor,
Vou no vapor das seis
Para onde o sol se põe:
Ficou o cão
A ladrar aos camiões
2 COMENTÁRIOS:
suspiro... o meu trovador preferido
lol!
Hmm... Um trovador que não canta, não tem guitarra nem anda a cavalo? Adoro e deixo-me seduzir pelo conceito.
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