Ao fundo ouve-se o mar
Reconheci-a no seu vestido vermelho, ao longe, com o seu caminhar confiante que parecia afastar toda a multidão que se rendia aos seus encantos, como que enfeitiçados pelo seu perfume por esta altura já entranhado nos meus sentidos. Pensando bem, talvez nunca me tivesse largado desde a última vez que a vi.
Ela aproximou-se de mim como se eu não fosse ninguém, como se não se tivesse deslocado até ali de propósito por mim e fingiu encontrar-me de repente, de surpresa, um amigo que já não via há muito tempo.
E eu? Eu fingi que o meu coração não saltou uma batida quando a vi, fingi que ele não estava agora a correr uma maratona dentro do meu peito com toda aquela visão de luz e feminilidade.
Entregou-me uma carta agarrada a uma rosa vermelha por um fio que reconheci de uma prenda que lhe havia oferecido uns tempos antes. Beijou-me e desapareceu na mesma multidão de pessoas embebedadas pelo seu cheiro. Não me falou nem eu me lembro de ter falado alguma coisa, ela acha o silêncio a palavra mais sensual que não consta dos dicionários.
E eu? Eu não consigo sequer somar um mais um quando estou com ela, sinto que o pequeno dicionário que habita a minha cabeça se transforma num grande livro de páginas brancas onde se descreve o silêncio.
Encostei-me ao mar para ler a sua carta. Não estavam lá muitas palavras, de facto, nem sequer era uma frase mas um conjunto de palavras e números muito objectivos que assinalavam uma data e um lugar.
Ela é objectiva. E eu? Eu sou subjectivo, gosto de não saber, de saber meias verdades, meias palavras, meias frases que são ditas completas mas que metade se perde no vento forte que vem do mar.
Ela gosta de pensar que tem tudo o que quer. E eu? Eu não sou um jogo que se brinca e deita fora, ela vai ter que se esforçar mais…
E ao fundo ouve-se o mar.
A Música
Adoro esta menina de olhos sempre esbugalhados que parece devorar todos os sentidos ao mnundo com cada olhar. A menina chama-se Mafalda Veiga e tem uma voz que parece ser sempre capaz de nos acalmar, seja qual for o demónio que nos atormenta.
Agora, que a chuva cai, devagar
La fora, e a noite vem devorar
O sol, e tudo fica em silencio
Na rua, e ao fundo, ouve-se o mar.
Ouve-se o mar.
Agora, talvez te possas perder
Devora, o que a saudade te der
A vida leva pra longe pedacos
O tempo, deixa o sabor de um regaco.
E ao fundo, ouve-se o mar.
Ouve-se o mar.
Agora, que a agua inunda os teus olhos
E o mundo, ja nao te deixa parar
No escuro, voltam as histórias perdidas
Na alma onde nao podes tocar.
E ao fundo, ouve-se o mar.
Ouve-se o mar.
Ela aproximou-se de mim como se eu não fosse ninguém, como se não se tivesse deslocado até ali de propósito por mim e fingiu encontrar-me de repente, de surpresa, um amigo que já não via há muito tempo.
E eu? Eu fingi que o meu coração não saltou uma batida quando a vi, fingi que ele não estava agora a correr uma maratona dentro do meu peito com toda aquela visão de luz e feminilidade.
Entregou-me uma carta agarrada a uma rosa vermelha por um fio que reconheci de uma prenda que lhe havia oferecido uns tempos antes. Beijou-me e desapareceu na mesma multidão de pessoas embebedadas pelo seu cheiro. Não me falou nem eu me lembro de ter falado alguma coisa, ela acha o silêncio a palavra mais sensual que não consta dos dicionários.
E eu? Eu não consigo sequer somar um mais um quando estou com ela, sinto que o pequeno dicionário que habita a minha cabeça se transforma num grande livro de páginas brancas onde se descreve o silêncio.
Encostei-me ao mar para ler a sua carta. Não estavam lá muitas palavras, de facto, nem sequer era uma frase mas um conjunto de palavras e números muito objectivos que assinalavam uma data e um lugar.
Ela é objectiva. E eu? Eu sou subjectivo, gosto de não saber, de saber meias verdades, meias palavras, meias frases que são ditas completas mas que metade se perde no vento forte que vem do mar.
Ela gosta de pensar que tem tudo o que quer. E eu? Eu não sou um jogo que se brinca e deita fora, ela vai ter que se esforçar mais…
E ao fundo ouve-se o mar.
A Música
Adoro esta menina de olhos sempre esbugalhados que parece devorar todos os sentidos ao mnundo com cada olhar. A menina chama-se Mafalda Veiga e tem uma voz que parece ser sempre capaz de nos acalmar, seja qual for o demónio que nos atormenta.
Agora, que a chuva cai, devagar
La fora, e a noite vem devorar
O sol, e tudo fica em silencio
Na rua, e ao fundo, ouve-se o mar.
Ouve-se o mar.
Agora, talvez te possas perder
Devora, o que a saudade te der
A vida leva pra longe pedacos
O tempo, deixa o sabor de um regaco.
E ao fundo, ouve-se o mar.
Ouve-se o mar.
Agora, que a agua inunda os teus olhos
E o mundo, ja nao te deixa parar
No escuro, voltam as histórias perdidas
Na alma onde nao podes tocar.
E ao fundo, ouve-se o mar.
Ouve-se o mar.
6 COMENTÁRIOS:
És cá um exagerado, joãozinho mas a vida seria aborrecida sem os teus exageros
P.S.: já pensaste que ela pode gostar mesmo de ti?
Metáfora:
do Lat. metaphora < Gr. metaphorá, transporte, translação
s. f.,
tropo em que a significação natural de uma palavra é substituída por outra, por virtude de relação de semelhança subentendida; tropo; sentido figurado; imagem; figura.
Percebes agora?
Sim! A mulher do vestido vermelho é uma metáfora! Boa!
( Se ela gostasse mesmo de mim já o teria dito, não achas? )
Essas coisas nem sempre se ttransmitem por palavras, às vezes bastam olhares, toques ocasionais de braços sei lá, tu melhor que eu sabes isso
Talvez ela seja timida de mais por baixo desse ar confiante, ou então é como dizes, é o jogo que toda adora jogar mas ninguém gosta de ser jogado
eu é que já n estou a perceber nda
vim até aqui na esperança de encontrar o João Anão e a dona Ana, não estão por cá...
agora fico a pensar que me contaste depois, só para eu me arrepender de não ter esperado mais um bocadinho.
Tenho a certeza que tinha dormido melhor, estás contente agora?
;)
beijos
A história era para ti, não era para o blog!
:)
beijo
Enviar um comentário
<< Voltar