Cupido Morreu Numa Noite Fria De Outono
Não queria nada sair de casa mas lá peguei no casaco, que julgava ser quente, e fiz-me à estrada com os dois pares de meias a separarem os pés cheios de bolhas dos pedais de plástico do carro que naquele dia específico (e apenas naquele dia) me fizeram lembrar os pedais da minha primeira bicicleta.
Estava ainda cansado do dia anterior e cheio de fome. Trinquei um objecto em forma de maçã que, ao ser uma maçã verdadeira, seria a maçã mais dura do mundo. O resto da viagem não merece grande referência, também não estava com a cabeça na viagem, deixei o meu corpo em piloto automático, a pedalar naquele triciclo de gente crescida.
Cheguei perto dela envergonhado, é uma infantilidade que só sinto quando estou perto de muito poucas pessoas e que faz com que o meu cérebro regresse ao estado em que estava quando tinha 6 anos de idade. Juro que não conseguia fazer frases com mais de três palavras, enquanto que ela ia proclamando longos poemas sobre coisas interessantíssimas com a naturalidade de uma pessoa que já viveu mais de vinte anos.
Eu ia-me deixando estar naquele silêncio voluntário que só eu pareço achar confortável, apercebendo-me de um facto que me atingiu como um raio: Cupido não existe, é uma figura mitológica!
As Músicas
Estava eu a nascer num país ainda adormecido e andava um "louco" a incendiar a música e a mentalidade portuguesa. António Joaquim Rodrigues Ribeiro (António Variações) era acima de tudo um visionário e, como todos os visionários, foi mal tratado e incompreendido. Numa altura em que meio mundo andava ocupado com o Glam Rock e a Disco, ele andava ocupado a misturar tudo isso numa daquelas trituradoras beje e cor-de-laranja que inundavam as lojas da altura.
Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão
Vou continuar a procurar
A quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só:
Quero quem quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar
Vou continuar a procurar
A minha forma
O meu lugar
Porque até aqui eu só:
Estou bem aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Uma vez cometi aquele que deve ter sido o erro mais infantil da minha vida: troquei um bilhete para os Belle & Sebastian por um DVD aparentemente raríssimo de um filme cuja história me apaixonou. Eu adorei o filme e é certamente dos melhores que já vi em toda a minha vida, mas o filme arranja-se facilmente numa qualquer loja online, o concerto ao vivo dos Belle & Sebastian não...
The boy done wrong again
Hang your head in shame and cry your life away
The boy done wrong again
Hang your head in shame and cry your life away
Are you ok now?
Are you ok now?
On Saturday I was an angel shining fair
You shone louder, longer
You put my shine to shame
Put me to shame now
Put me to shame
What is it I must do to pay for all my crimes?
What is it I must do?
I would do it all the time
Do it all the time, now
All that I wanted was to sing the saddest song
And if you would sing along I will be happy now
The woodland spring has put the darkness from your thinking
If this town's your sinking ship
Then you know where to jump
Talking dirty, for a hobby that's all right
Pour another glass of wine
I'll think of England this time
All I wanted was to sing the saddest song
And if you would sing along
Oh, if you would sing along
If you'd only sing along
I would be happier
--------------------------------------- (cortar por aqui) ---------------------------------------
Por mais voltas que dê ao mundo, por mais que tente afastar-me de ti, a evidência de que a terra é redonda traz-me sempre de volta a ti. Não é que não queira voltar para ti, o problema é que quero, e mais do que devia. Até dou saltos no ar na esperança que a terra gire e que me aproxime mais de ti quando volto ao chão.
A Música
Não sei descrever bem a música do Rodrigo Leão, acho que é daquelas coisas inclassificáveis, uma mistura de carrossel à beira mar com o ambiente über sofisticado de um arranha céus de vidro deserto.
"Perdi-me Amor / Pra te encontrar / Na solidão / Do teu olhar"
"No teu olhar / Se perde o meu / Também o mar / Se perde no céu"
(Tenho pena das pessoas que não sabem português, acho estas algumas das palavras mais bonitas que já se escreveram, sem tradução à altura para qualquer outra língua do mundo)
Manhã Cinzenta
Faz me chorar
A chuva lembra
O teu olhar
As folhas mortas
Caem no chão
A dor aperta
O coração
Quanto eu não daria
Para poder voltar atrás
Volta pra meu peito
Daqui não saias mais
Perdi-me Amor
Pra te encontrar
Na solidão
Do teu olhar
No teu olhar
Se perde o meu
Também o mar
Se perde no céu
Quanto eu não daria
Para poder voltar atrás
Volta pro meu peito
Daqui não saias mais
Estava ainda cansado do dia anterior e cheio de fome. Trinquei um objecto em forma de maçã que, ao ser uma maçã verdadeira, seria a maçã mais dura do mundo. O resto da viagem não merece grande referência, também não estava com a cabeça na viagem, deixei o meu corpo em piloto automático, a pedalar naquele triciclo de gente crescida.
Cheguei perto dela envergonhado, é uma infantilidade que só sinto quando estou perto de muito poucas pessoas e que faz com que o meu cérebro regresse ao estado em que estava quando tinha 6 anos de idade. Juro que não conseguia fazer frases com mais de três palavras, enquanto que ela ia proclamando longos poemas sobre coisas interessantíssimas com a naturalidade de uma pessoa que já viveu mais de vinte anos.
Eu ia-me deixando estar naquele silêncio voluntário que só eu pareço achar confortável, apercebendo-me de um facto que me atingiu como um raio: Cupido não existe, é uma figura mitológica!
(Ela viria-me a dizer uns dias mais tarde que eu não tinha nada que me armar em algo que não sou, que o fato ridículo de cupido era a minha forma cobarde de não deixar que as pessoas se aproximem demais de mim, com medo de as magoar, com medo de me magoar. Ela tem razão e eu, mais uma vez, estava errado. Sei admitir quando erro...)
As Músicas
Estava eu a nascer num país ainda adormecido e andava um "louco" a incendiar a música e a mentalidade portuguesa. António Joaquim Rodrigues Ribeiro (António Variações) era acima de tudo um visionário e, como todos os visionários, foi mal tratado e incompreendido. Numa altura em que meio mundo andava ocupado com o Glam Rock e a Disco, ele andava ocupado a misturar tudo isso numa daquelas trituradoras beje e cor-de-laranja que inundavam as lojas da altura.
Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão
Vou continuar a procurar
A quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só:
Quero quem quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar
Vou continuar a procurar
A minha forma
O meu lugar
Porque até aqui eu só:
Estou bem aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Uma vez cometi aquele que deve ter sido o erro mais infantil da minha vida: troquei um bilhete para os Belle & Sebastian por um DVD aparentemente raríssimo de um filme cuja história me apaixonou. Eu adorei o filme e é certamente dos melhores que já vi em toda a minha vida, mas o filme arranja-se facilmente numa qualquer loja online, o concerto ao vivo dos Belle & Sebastian não...
The boy done wrong again
Hang your head in shame and cry your life away
The boy done wrong again
Hang your head in shame and cry your life away
Are you ok now?
Are you ok now?
On Saturday I was an angel shining fair
You shone louder, longer
You put my shine to shame
Put me to shame now
Put me to shame
What is it I must do to pay for all my crimes?
What is it I must do?
I would do it all the time
Do it all the time, now
All that I wanted was to sing the saddest song
And if you would sing along I will be happy now
The woodland spring has put the darkness from your thinking
If this town's your sinking ship
Then you know where to jump
Talking dirty, for a hobby that's all right
Pour another glass of wine
I'll think of England this time
All I wanted was to sing the saddest song
And if you would sing along
Oh, if you would sing along
If you'd only sing along
I would be happier
--------------------------------------- (cortar por aqui) ---------------------------------------
Por mais voltas que dê ao mundo, por mais que tente afastar-me de ti, a evidência de que a terra é redonda traz-me sempre de volta a ti. Não é que não queira voltar para ti, o problema é que quero, e mais do que devia. Até dou saltos no ar na esperança que a terra gire e que me aproxime mais de ti quando volto ao chão.
A Música
Não sei descrever bem a música do Rodrigo Leão, acho que é daquelas coisas inclassificáveis, uma mistura de carrossel à beira mar com o ambiente über sofisticado de um arranha céus de vidro deserto.
"Perdi-me Amor / Pra te encontrar / Na solidão / Do teu olhar"
"No teu olhar / Se perde o meu / Também o mar / Se perde no céu"
(Tenho pena das pessoas que não sabem português, acho estas algumas das palavras mais bonitas que já se escreveram, sem tradução à altura para qualquer outra língua do mundo)
Manhã Cinzenta
Faz me chorar
A chuva lembra
O teu olhar
As folhas mortas
Caem no chão
A dor aperta
O coração
Quanto eu não daria
Para poder voltar atrás
Volta pra meu peito
Daqui não saias mais
Perdi-me Amor
Pra te encontrar
Na solidão
Do teu olhar
No teu olhar
Se perde o meu
Também o mar
Se perde no céu
Quanto eu não daria
Para poder voltar atrás
Volta pro meu peito
Daqui não saias mais
2 COMENTÁRIOS:
Deixas-me louca!
lol
Tonta!
(Não compliques as coisas)
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